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A batata recheada está assando!

Macia, quentinha e super recheada, vai lá na Cris Lanches

Quem nunca comeu, deveria experimentar pelo menos uma vez na vida a batata recheada da Lanchonete Cris Lanches. Para falar a verdade, duvido um pouco que você consiga comer apenas uma vez. Ela é bem parecida com as que compramos nos fast foods “Batata Inglesa” e “Baked Potato”, porém, com algumas vantagens: o valor é bem mais em conta e podemos dizer que é ainda mais gostosa.

A lanchonete é um sonho realizado de Cristina Fernanda, de 27 anos. A empreendedora, que trabalhava no MC Donald’s, acumulou experiência no ramo de alimentos e desde então pensava em montar seu próprio negócio e trabalhar perto de sua casa. Foi um o que ofereceu o espaço na Av. Central, em uma comunidade do Complexo do Alemão que recebe o mesmo nome.

Cristina planeja reformar o espaço atual para melhor atender seus clientes - Foto: Carol Lima
Cristina planeja reformar o espaço atual para melhor atender seus clientes – Foto: Carol Lima

A batata recheada veio com a intenção de inovar. “Escolhemos ter a batata recheada como o carro-chefe da lanchonete por ser algo diferente e não dar tanto trabalho”, conta. Ela é assada e temperada com manteiga antes de receber o recheio, que pode ser de strogonoff, de frango ou carne, bacon com requeijão ou camarão com requeijão. Os preços variam de R$9,99 a R$17,00.

Além da batata, a lanchonete oferece um cardápio variado com ovomaltine, milk shake, hambúrguer, açaí e a comerciante tem planos de começar as vendas de salgados, que serão fritos na hora, incluindo as porções de batata frita.

Questionada sobre as bebidas, Cris diz que o objetivo, até o momento, é continuar com as vendas de refrigerantes e o guaraná natural; e que não quer comercializar bebida alcoólica. “Como temos várias opções, não vejo necessidade em vender cerveja e nenhum outro tipo de bebida que contenha álcool, mas sempre aparece alguém pedindo para trazer de fora e eu deixo na boa. Só não quero transformar a minha lanchonete em um bar.” A intenção de Cristina é manter o ambiente familiar no estabelecimento.

Todas as batatas são frescas e assadas na hora. “Se eu assar agora, tenho que vender logo, se não ela muda totalmente e não serve mais para utilizar. Muda o gosto, fica dura…” Nos fins de semana, a empreendedora chega a vender aproximadamente 60 batatas por noite.

Além da comerciante, Leidi e Leidiane Santos, mãe e irmã de Cris, respectivamente, são responsáveis pela produção dos lanches e atendimento aos clientes na loja. Foi necessário também contratar um entregador para os pedidos feitos por telefone, que são a maioria. “Durante a semana, aqui dentro é sempre um pouco mais vazio; isso é normal em qualquer lanchonete. No fim de semana é que ficamos loucos! Vem muita gente.” Cris conta que, em algumas ocasiões, o entregador toma a frente e assume a chapa para ajudar no controle do fluxo de pedidos.

Ainda tem muita coisa para fazer na loja, principalmente em relação à decoração. A comerciante diz que hoje em dia o ambiente está muito longe do que ela realmente sonha. “Pretendo aplicar um rebaixamento de gesso e um piso. Quero colocar a sinuca em um ambiente separado, como uma área paralela, e instalar espelhos pela loja”. A cozinha, apesar de ainda não ter os azulejos tão desejados, é extremamente limpa e bem organizada. “Prezo muito pela higiene, afinal, a gente trabalha com alimentos”, reforça.

Cris mantém a família com a renda da lanchonete e diz que a vida se iniciou quando ela completou 17 anos. Foi nessa idade que ela casou, começou a trabalhar e teve seu filho, hoje com nove anos. “Não é fácil manter a lanchonete, mas é gratificante ver tudo dando certo. Foi uma coisa que eu almejei a vida inteira e batalhei muito para ter, então não posso desistir fácil, apesar das dificuldades.”

A Lanchonete Cris Lanches funciona de 18h30 às 00h30, de segunda a sexta. Nos finais de semana as vendas se iniciam às 18h e, dependendo da demanda de pedidos, o atendimento se estende até as 3h da manhã. Os pedidos para delivery devem ser feitos através do número 3933-0908.

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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