No dia 2 de outubro, vamos às urnas para escolher prefeito, vice-prefeito e vereadores, apenas nas cidades que possuem mais de 200 mil eleitores poderá haver segundo turno, marcado para o dia 30 de outubro. Até o final de outubro, vamos ter pela frente uma ferramenta essencial no processo democrático de escolha dos nossos candidatos: a mídia.
A forma como as campanhas políticas modernas se centralizaram na televisão deslocou os eventos políticos das ruas e praças para dentro da casa de cada eleitor, pois a mídia além de fornecer os temas sobre os quais o público deve analisar, age como um dispositivo de produção do próprio poder de nomeação, atuando dentro do limite de funcionamento da esfera política.
Após a pequena reforma política ocorrida em 2015, a propaganda eleitoral será mais curta. Durante esse período, a imprensa será a principal arma dos candidatos para atrair os eleitores e angariar votos. E é através da mídia que vamos poder comparar propostas, avaliar discursos e conhecer os candidatos.
A maioria dos eleitores está alheia ao debate eleitoral, ou seja, só vai pensar em eleição quando a propaganda eleitoral invadir a sua vida e não obterem mais tempo para decidirem em quem irão votar no dia da eleição. E é nessas situações que as pesquisas eleitorais em conjunto com o alto poder da mídia mais influenciam na hora do voto, formando a opinião dos eleitores.
Devemos lembrar que os meios de comunicação constituem de fato a garantia à liberdade de expressão e de informação, mas, sem a devida responsabilidade, eles podem se transformar em instrumentos de manipulação.
Não é difícil perceber que a influência das empresas ultrapassa o noticiário. Elas contratam as pesquisas eleitorais que desejam e as divulgam quando e como querem. Além disso, são as mesmas que organizam os debates entre candidatos.
E é no debate a ser realizado que se deve enfrentar o que efetivamente os cidadãos querem que lhes seja ofertado, criar de fato um caminho, que é onde realmente está o fundamento da democracia, ao invés de ficar a população restrita a escolhas de propostas alheias, que em pouco ou em nada refletem os seus reais desejos e anseio.
Por fim, a única solução possível para que se acabe com o mau uso da influência midiática é o engajamento por parte da sociedade, principalmente da grande massa composta por pessoas de baixa renda, para requerer seus direitos, participando ativamente das decisões públicas, além de possuir senso crítico para julgar os fatos diferentes da ótica proposta pela mídia. A partir do momento que isso acontecer, seremos uma população ligada diretamente às decisões políticas, consequentemente uma democracia mais forte e consolidada.