Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades
Na última quarta-feira (28) seis membros da equipe do Voz das comunidades foram até a cidade de São Paulo para acompanhar as atividades da ONG Vozes das Periferias. A viagem teve como intuito estreitar os laços entre as duas organizações e trocar experiências de movimentos comunitários.
O Vozes das Periferia nasceu em 2013, quando o ainda estudante de jornalismo, Cesar Gouveia, decidiu criar um portal de comunicação chamado Vozes da Vila Prudente, que reforçava a história da favela da Vila Prudente, localizada na Zona Leste de São Paulo, para que moradores não fossem removidos por conta de uma obra do Metrô. O Vozes, então, iniciou um espaço focado em jornalismo comunitário, assim como o Voz das Comunidades.
Depois de circular por onze edições no formato impresso, a ONG decidiu ampliar as atividades oferecidas aos moradores da Vila Prudente. Em 2018 formou uma parceria com a ONG Gerando Falcões, do empreendedor Edu Lyra. Além do trabalho de comunicação comunitária, o Vozes começou a realizar atividades de inclusão e assistência social aos moradores da Vila Prudente, Jardim Sinhá, ambas na Zona Leste, e na Brasilândia, Zona Norte de São Paulo.
Intuito da ida a São Paulo
O objetivo do Voz das Comunidades em ir até São Paulo foi não só trocar experiências a partir dos seus quase 16 anos de atividades sociais com o Vozes das Periferias, como ter dimensão também do trabalho institucional feito pela organização paulista e do acompanhamento social das famílias de periferias paulistas.
Líder da ONG Vozes, Cesar Gouveia, de 31 anos, falou sobre este momento compartilhado entre as duas instituições. “A importância dessa troca entre organizações é tão fundamental quanto o recurso financeiro para elas. Trocas como essas que tivemos entre o Vozes das Periferias e Voz das Comunidades fortalecem ambos os times para irem em busca do objetivo central: transformar a vida das pessoas e amplificar vozes. Inclusive, o Voz utilizou seu capital social nesta imersão de forma absurdamente transformadora, pois colocou junto conosco comida na mesa de 1200 pessoas e também pôde amplificar nossa missão em rede. Isso e significativo e transformador.”
Gestora institucional do Voz das Comunidades, Gabriela Santos, de 23 anos comentou a respeito da troca de experiências entre as duas ONGs. “Entender como as instituições atuam no desenvolvimento de projetos sociais, culturais e comunicação comunitária antes e durante a pandemia. A questão geográfica de onde estão localizadas as instituições influenciam muito no atendimento às famílias em vulnerabilidade e organização das ONGs. Em parceria, é possível gerar mais engajamento quando ocorre uma troca entre as mesmas. As características de moradia desses Estados são muito distintas, predominantemente, as favelas do município do Rio de Janeiro. As comunidades são maiores e o complexo de favelas gira em torno de toda cidade. Já em São Paulo, as comunidades pequenas e em pontos específicos, separados da cidade, faz a gente entender, em campo, a mobilidade que faz parte da favela de São Paulo de uma maneira mais formal”.
A visita a São Paulo durou três dias. Tanto na sexta-feira (30) quanto no sábado (31) houve distribuição de 300 cestas básicas das favelas do Sinhá e Vila Prudente.