A arte mostrar além do olhar e eternizar o momento é o que faz com que Vilma Ribeiro e Stella Ribeiro tenham paixão pela mesma profissão: Fotógrafa. Mãe e filha falam do amor pela fotografia. Em comemoração aos 15 anos do Voz das Comunidades, vamos contar mais uma história de gerações. As duas trabalham voluntariamente no jornal e nas ações sociais do Voz.
Stella Ribeiro começou muito cedo a trabalhar no Voz das Comunidades. Ela conheceu o Voz depois que o Rene Silva apresentou o jornal no colégio em que a jovem estudava. A partir desse momento, Stella começou a fotografar as ações sociais e matérias. E até hoje sempre que a fotógrafa tem um tempinho em sua agenda está fotografando as ações.
A fotógrafa lembra com muita gratidão todo aprendizado no Voz e todo o apoio que teve para seguir a carreira. “Meu primeiro evento cobrindo foi um de música da Globo com Renato Moura. Foi no espaço da Biblioteca de Manguinhos. Eu estava muito nervosa porque era meu início de carreira, estava insegura, mas o Renato, como sempre meu amigo, me incentivou e me encorajou a fotografar os shows. E inclusive consegui uma selfie com a Anitta (risos), obrigada, Renato!”
Já Vilma Ribeiro entrou anos depois para o time de fotógrafos do Voz das Comunidades. E ainda hoje tem suas fotos ilustrando grandes matérias. A fotógrafa conhecia o Voz por vivência territorial e era uma grande fã do trabalho, tanto que tem todas as publicações dos jornais impressos. Vilma via as ações do Voz, o impacto que tinham dentro da favela, nas vidas das pessoas.
Só que a Vilma achava que não poderia fazer parte do Voz. Por ser mãe, por já ter uma certa idade, ela achava que não teria como contribuir para o jornal. Mas com o apoio e incentivo da sua filha, entrou no curso de fotografia, se aperfeiçoou na técnica, quebrou essa barreira que ela mesma tinha criado e agora está chegando no seu segundo ano como fotógrafa do Voz.
Vilma destaca como o melhor momento a Ação do Dias das Crianças. “Por anos, eu assistia por fora as ações do Dia das Crianças, eu vibrava com as fotos do Betinho Casas Novas, de quem eu sou muito fã. Vendo ele fotografar tudo, aquilo me chamava tanta atenção, me tocava. E quando eu pude participar ativamente, envolvida naquela ação como fotógrafa, vendo minhas fotos publicadas, isso pra mim foi uma sensação incrível.” Ela explica que se sentiu valorizada, fazendo a mesma função de alguém que ela admira tanto. “Todas as ações do Voz são impactantes, e mexem demais conosco, a Ação de Natal é algo tão lindo, tão forte”.
Stella, vendo toda a evolução e profissionalismo da mãe, comenta que “é uma sensação de orgulho ver ela se descobrindo e fazendo o que ama. A filha lembra que fotografar sempre foi uma coisa que a Vilma gostava. O amor pela fotografia é inspiração para as duas. “Tenho muitas fotos da minha infância graças a ela e tenho certeza que essas fotos da minha infância me influenciam a ser fotógrafa”.
Mas se engana quem pensa que o trabalho de fotografia são só registros de momentos felizes. Vilma fala de um momento triste que ela teve que registrar em 2019. O Voz das Comunidades acompanhou as famílias que perderam tudo na enchente. E ela teve que conversar com as pessoas naquela situação difícil, registrar as casas destruídas durante as chuvas fortes, testemunhando como histórias que foram construídas são apagadas pela força da água.
E por conta dos trabalhos como fotógrafas e do amor pela fotografia, mãe e filha falam sobre o sentimento que têm pelo Voz e o quanto o jornal representa na vida delas. “O voz representa uma família. Me acolheram lá no início da minha carreira. O Renato me ensinou muita coisa, ele que sempre foi fotógrafo, me levava pra muitos eventos e ações pra fotografar. Com ele, eu adquiri muita experiência. Mais uma vez quero agradecer aos amigos Rene e Renato por serem anjos na vida das pessoas”, diz Stella.
Para Vilma, “o Voz representa o poder de dar voz às pessoas, contar as histórias alegres e tristes dos moradores, e isso para mim não tem preço. Antes de entrar no Voz eu indagava muito, qual era minha missão? O que eu vim fazer nesse mundo? O Voz me ajudou a me reconhecer como pessoa, como profissional, como fotógrafa, e me possibilitou a também dar voz através da fotografia. Amo a parceria, dos jornalistas que escrevem a matéria e utilizam a minha foto para chegar ao alcance de todos, e transformar a vida das pessoas.”