Material produzido para o jornal impresso do Voz das Comunidades – Maio /2023

“É muito ruim de transitar, péssimo!”
“É horrível passar por esse local. Eu passo porque é o único caminho que tenho”

Ao andar pelos caminhos do Complexo do Alemão, não é difícil achar quem precise fazer um esforço a mais para chegar em casa. Alguns trajetos exigem máxima atenção dos moradores. Pois, com qualquer descuido, o risco de queda é alto. É o que acontece, por exemplo, com estas passagens que estão danificadas nas localidades: Morro do Adeus e Alvorada.

Na ponte situação no Morro do Adeus, na rua Cajuípe, uma parte do caminho desabou, e as pessoas são obrigadas a atravessar por um pedaço muito estreito. A dona de casa Maria Gabriela de Lima é uma das moradoras que passa sempre pelo local. Ela afirma que a via está assim há mais ou menos três meses e que seu filho de apenas 3 anos quase sofreu um acidente. Além disso, uma amiga dela também chegou a cair no mesmo trajeto.

“É muito ruim de transitar, péssimo. Essa semana minha vizinha caiu passando por lá. Outra vez meu filho caiu e quase se machucou. Só tem um pedacinho de espaço para passar. Tá um perigo”, conta a jovem de 21 anos.

Gabriela ainda revela que já houve reclamação com líderes locais mas ainda não viu resolução. “Eu acho um descaso com nós, moradores, porque é o único caminho que dá pra transitar”, relata. 

Na Alvorada, moradores também convivem com o perigo

No dicionário, um dos significados de Alvorada é “a primeira claridade”, “o crepúsculo da manhã”. Mas uma “luz” para a solução da passagem perigosa, que fica no beco próximo da praça do Cruzeiro, está bem longe de aparecer. No percurso, é possível observar pedras soltas, que se misturam com o barro e a vegetação. 

A auxiliar administrativo, Carina Idalino, de 23 anos, diz que o problema acontece desde quando ela ainda era um bebê. Ela conta que o seu pai e alguns vizinhos se juntaram para tentar consertar o caminho. Porém, a solução acaba sendo improvisos, pois sempre que chove a via quebra. Além disso, um poste da região dá choque em dias chuvosos. 

“É horrível passar por esse local. Eu passo porque é o único caminho que tenho. Não só dificulta o trajeto meu e dos moradores como também impede a circulação de pessoas que têm algum problema na perna.” Carina também cita uma vizinha que evita sair, pois demora cerca de 5 minutos para passar em um trecho que seria mais rápido. “Ela já caiu uma vez e tem medo de cair novamente”, completa a jovem. 

Carina vive o mesmo problema que Gabriela, moradora do Adeus, pois a impressão que tem é que nenhuma autoridade está tentando resolver a situação. Ela alega que os vizinhos já foram diversas vezes na Associação dos Moradores da Alvorada. E, segundo ela, “ninguém nunca veio aqui no local para fazer uma vistoria”. 

Resposta da Secretaria de Habitação e dos líderes locais

A equipe do Voz das Comunidades entrou em contato com a Secretaria de Habitação da prefeitura para obter uma resposta sobre as localidades mencionadas que precisam de atenção urgente. O órgão informou “que tem realizado vistorias no Complexo do Alemão, incluindo a área citada”. Ainda segundo a secretaria, o secretário de habitação esteve na localidade em duas das vistorias, uma delas no Capão”. Mas não disseram sobre o que vão fazer nas regiões e qual o prazo para início da obra.

Quanto à Associação dos Moradores do Morro do Adeus e da Alvorada, o Voz tentou obter informações sobre os casos e se houve tentativas anteriores de resolver as situações e consertar os trajetos mencionados. O vice-presidente da Associação do Adeus, Luiz Andreone, disse que há um tempo solicitam aos órgãos competentes o conserto da localidade e revela que não tem nenhuma definição sobre o caso. Contudo, a própria Associação está se organizando para reparar a via com os próprios recursos.

“Já estamos nos organizando. Até o dia 15 de maio vai estar ok. Já temos um tempinho solicitando aos órgãos competentes e nada. Então não tem como continuar esperando”, afirma Luiz. 

Já o presidente da Associação da Alvorada não retornou o contato até a publicação desta matéria.