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Vacinação infantil tem contraste entre as estatísticas nacionais e a realidade de favela

Enquanto o Brasil deixa ranking de países com piores coberturas vacinais, os desafios da imunização no Alemão chamam a atenção
Foto: Marlon Soares / Voz das Comunidades

Em um cenário global marcado por retrocessos na cobertura vacinal infantil, o Brasil se destaca por uma conquista significativa: o país saiu da lista dos 20 países com piores índices de imunização contra doenças como difteria, tétano e coqueluche. Essa conquista, divulgada em julho de 2024 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), é resultado de um esforço conjunto do governo federal, estados e municípios – com destaque para a retomada das campanhas de vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) após pandemia de COVID-19 e anos de negacionismo científico -. Porém, a vacinação em territórios de favela ainda é um desafio.

A imunização infantil é um passo importante na direção de um país mais saudável e com um futuro mais promissor para suas crianças. Diferente do Brasil, no Complexo do Alemão, os índices de vacinação ainda são preocupantes. Apesar dos avanços, os dados de 2024 mostram que ainda há desafios a serem superados. A cobertura vacinal contra a influenza, por exemplo, se manteve em 49%, mesma porcentagem do ano anterior, indicando a necessidade de intensificar as ações de comunicação e mobilização nas favelas. A cobertura contra a poliomielite, por sua vez, apresentou queda em relação a 2023, passando de 83% para 72% este ano.

Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

Em entrevista ao Jornal O Globo, a Chefe de Saúde da Unicef Brasil, Luciana Phebo, conta que o sucesso do Plano Nacional de Imunização foi um dos fatores para a baixa cobertura vacinal dos últimos anos. Mas enfatiza a importância do acesso às unidades de saúde em locais mais pobres. “O Brasil tem reconhecidamente seu programa de vacinação como um dos melhores do mundo […] Então, as doenças que as vacinas protegem foram sumindo da nossa visão, do imaginário brasileiro.  […] A pandemia também trouxe uma piora de indicadores, por conta da sobrecarga dos profissionais de saúde e dos sistemas. Em países de baixa renda ou de renda média, o que mais afeta os indicadores é o acesso à vacina, às unidades de saúde”, reflete.

De acordo com Thiago Wendel, Coordenador Geral de Atenção Primária do Município e responsável pela área das favelas do Alemão, a Secretaria Municipal de Saúde tem intensificado seus esforços para aumentar a cobertura vacinal e proteger o complexo contra doenças preveníveis. Ele destaca que diversas ações estão sendo aplicadas para alcançar esse objetivo, como a vacinação em escolas e creches, a criação de postos de vacinação itinerantes em praças e mercados, e a busca ativa por crianças e adolescentes com o calendário vacinal atrasado. 

Embora haja desafios a serem superados e políticas públicas e ações a serem aplicadas nos territórios, moradores, como Eliude Dutra, da Nova Brasília, reconhecem o valor da vacina, e destaca. “Sempre vacinei minhas filhas. É muito importante manter a caderneta em dia, até porque estamos protegendo aqueles que mais amamos. Além disso, a caderneta de vacinação serve como um documento importante para a criança”, diz.

Thiago Wendel ressalta que a imunização é prioridade, já que protege não apenas quem é vacinado, mas todos os moradores, evitando a disseminação de doenças graves e protegendo a saúde pública. “Vacinar seus filhos é um ato de amor e cuidado. As vacinas são seguras, eficazes e salvam vidas”, conta.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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