Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades
Acompanhando o calendário diário de suas cidades, brasileiros aguardam ansiosamente a vacinação contra o novo coronavírus. Na favela, essa expectativa não é diferente. Entre quem toma a vacina com indiferença e quem vê no imunizante a esperança para a volta da normalidade, a campanha tem movimentado o Brasil, as cidades e as favelas.
A vacinação tem avançado a passos lentos no país. Até o fechamento desta matéria, cerca de 26,6 milhões de pessoas conseguiram tomar, pelo menos, uma dose do imunológico, ministrado em duas fases. Esse número representa apenas 12,59% da população brasileira. No Complexo do Alemão, segundo dados iniciais levantados pelo Dados do Open Data SUS e IBGE, somente 5% dos moradores do conjunto de favelas foram vacinados.
Severino Pereira de Souza, de 67 anos, é um dos moradores já vacinados. Ele tomou a primeira dose da vacina no último dia 14 de abril. O aposentado recebeu o imunizante em casa devido à falta de mobilidade causada pelas sequelas deixadas por três Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs). Severino também tem alzheimer e dificuldades na fala. Sua esposa, Maria da Conceição de Lima, de 57 anos, é quem foi buscar o agendamento da vacinação.
A consciência e a responsabilidade de continuar se cuidando também estão no dia a dia de José Felipe dos Santos, de 74 anos. Ele é morador do Morro do Itararé, vive no Complexo do Alemão há mais de 45 anos e está aliviado por ter tomado a vacina contra a Covid-19. “Estou muito feliz. Moramos só eu e minha esposa. Desde o início da pandemia, apenas eu que saio para resolver as coisas, ir ao mercado e comprar o que precisa. Minha mulher já tomou duas doses, ficou muito satisfeita. Eu tomei a primeira no dia 23 de março e vou tomar a outra agora no fim de abril. A vacina salva vidas”.
No Brasil, estão sendo aplicadas as vacinas Coronavac, que tem eficácia geral de 50,38%, e a AstraZeneca, que demonstrou eficácia de 82,4%. Ambos os imunizantes foram incansavelmente testados no mundo todo, inclusive aqui no país e demonstraram serem seguros e eficazes. É importante destacar ainda que ambas as vacinas são administradas em duas doses e que a imunização apenas estará completa após o recebimentos dessas duas aplicações.