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Unindo a música clássica ao Funk, Ster faz seu primeiro show autoral no Rock in Rio

Cria da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, artista vai se apresentar no Espaço Favela, no dia 15 de setembro
Foto: Uendell Vinicius / Voz das Comunidades

Ritmin, piquezin… só que junto da batida grave acelerada um afinado agudo brilhante e estridente. É o violino da Ster, que une a música clássica ao Funk. A artista, cria da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, vai estrear no Rock in Rio, no Espaço Favela, dia 15 de setembro. Falando em estreias, vai ser a primeira vez que fará um show inteiramente autoral. Ou melhor, de acordo com a violinista, cantora e dançarina: um grande espetáculo. Sim, como boa multiartista, ela vai tocar, cantar e dançar no palco do festival, antes de MC Hariel e Poze do Rodo.  

Com apenas 8 anos, Esther Cândida Alves Campos começou a tocar violino. Filha da brasileira Joselinda e do chileno Christian, a carioca cresceu consumindo arte desde pequena. Sua mãe, cria da Vila Cruzeiro, é pianista e professora de música, e sempre a incentivou. “Minha mãe sempre quis que eu aprendesse um instrumento; eu e minha irmã, que começou na flauta transversa. A primeira vez que vi um violino foi no filme do Barbie e falei: mãe, quero aprender a tocar esse”, relembra. 

Para além de instrumentista, Ster também cantava, desde mais nova ainda. “Acho que desde que eu nasci. Eu via minha mãe cantar e aprendi a abrir a voz com ela.” Para por aí? Certo que não. Multifacetada, ela sempre foi muito envolvida com o Funk – mas, pelo fato de sua mãe ser da igreja, ela tentava esconder esse outro lado na adolescência.

Foto: Uendell Vinicius / Voz das Comunidades

“Aos 15, apesar de eu estar muito envolvida na música clássica, estava naquela fase de querer sair e conhecer coisas novas. Foi quando me aproximei mais ainda do Funk. Eu entendia que o violino era o que eu queria seguir, mas eu sabia que não era só pela música clássica que eu nutria um amor. Tanto que eu queria entrar na Berklee [College of Music] que te dá várias possibilidades; pode fazer violino, mas seguir numa linha mais contemporânea. Usher e Justin Timberlake se formaram lá”, conta. 

E nessa inquietação de alguém que nunca se deixou ser colocada em caixinhas, ela entendeu que Ster não é o básico. “Eu sempre vou defender a música clássica porque foi ela que me mostrou o que é essa conexão com a música, mas a Ster também é muito mais que isso. Ster é essa mistura. Meu trabalho reflete muito quem eu sou. Eu não sou só música clássica; sou Funk, sou Hip Hop, sou R&B.”

Afropaty assumida e dona de uma beleza e carisma encantadores, Ster revela que tem como referências mulheres negras da gringa como Megan Thee Stallion, Latto, Saweetie, India Love e De’arra Taylor. A última ela enfatiza que ama a De’arra. “Para mim, as roupas dela são referência de tudo. Queria roubar tudo”, brinca, rindo.

“Descobri quem eu de verdade sou. Não de um dia pro outro. As coisas foram se desenvolvendo e fui sentindo no meu coração de que era isso. Eu não sou só uma violinista clássica, não sou só uma violinista cover. Eu sou uma pessoa que quer fazer uma mudança no mundo. Isso que eu senti quando vi a Ezinma. Ela foi a primeira violinista que eu vi fazendo algo diferente do clássico.”

Foto: Uendell Vinicius / Voz das Comunidades

Em um movimento pioneiro de unir, de forma autoral, a música clássica ao Funk, Ster comenta que as coisas sempre foram muito difíceis. “Mas eu sempre tive a consciência de que tudo ia dar certo. Eu entendo que sou pioneira de algo que é muito novo e isso me faz ser mais forte para não desistir, porque eu sei que no final vai valer muito a pena”, pontua. 

Para seu show, a artista já avisa: “Vai ser um estrago!”. Óbvio, de forma muito positiva. Com muitas referências do Beychella, ela entende que um show pode ter diversas possibilidades. Dividido em 4 atos, explica: “Em cada ato eu quero que as pessoas sintam uma energia diferente de forma musical”. Seu objetivo é que as pessoas, além de viverem a apresentação, saiam impactadas. Alguém tem dúvidas de que será, de fato, um grande espetáculo?

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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