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Três favelas do Rio apresentam baixa adesão à vacinação de crianças contra Covid-19

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio, apenas 39% das crianças entre 8 e 11 anos se vacinaram contra na cidade; até 1º de fevereiro, 441 crianças foram imunizadas no Vidigal, 3.461 no Alemão e 1.436 Penha
Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades
Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

Iniciada no dia 17 de janeiro, a vacinação infantil ainda apresenta números baixos de adesão pelos cariocas. Duas semanas após início da campanha da vacinação, equipes de saúde se preocupam com a situação. Pois, segundo informações da secretária municipal de Saúde, apenas 39% das crianças entre oito e onze anos de idade se vacinaram contra a Covid-19 na cidade do Rio.

Neste mês de janeiro, o município do Rio viveu um dos piores momentos da pandemia de coronavírus. O número de casos de Covid na cidade em 2022 superou o registrado em todos os 10 meses da doença em 2020. Ainda sim, muitos não levaram seus filhos para receber a primeira dose do ciclo infantil disponibilizada gratuitamente.

No último mês, o Rio alcançou o número de 13.621 casos de Covid-19 em crianças de zero a nove anos. Os dados são superiores aos registrados nos dois últimos anos. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 26 crianças estão internadas na rede pública da capital.

Números de crianças imunizadas nas favelas

Do dia 17 de janeiro até 01 de Fevereiro, na Clínica da Família Zilda Arns, no Complexo do Alemão, Zona Norte, 3.461 crianças, de 5 a 11 anos, foram vacinadas. Na C.F Felippe Cardoso, na Penha, são 1.436 crianças imunizadas na unidade. Porém, no Morro do Vidigal, na Zona Sul, apenas 441 crianças já tomaram vacina na comunidade. Em comparação com o número de moradores desta faixa etária, a porcentagem de vacinados permanece baixa. 

Thamirys Lima, Coordenadora da CF Felippe Cardoso, faz um alerta a respeito da imunização de crianças neste momento atual. “Sobre a vacinação, enquanto unidade de saúde, ressaltamos a importância da vacinação nessa faixa etária, tendo em vista a gravidade da doença, e a OMS aponta que a vacinação é segura e eficaz a partir dos 5 anos de idade. Com a vacinação infantil em massa, torna-se possível a queda significativa da transmissão da doença, tendo em vista que muitas crianças são assintomáticas e estão em contato direto com idosos, avós, parentes em geral e imunossuprimidos. Atualmente, temos casos de crianças internadas com COVID, o que poderia ter sido evitado com a vacinação“, ressalta ela.

Thamirys é uma das mulheres que está à frente da Clínica da Família Felippe Cardoso
Foto: Vilma RIbeiro / Voz das Comunidades

Expectativa na vacinação infantil

A prefeitura do Rio espera vacinar pelo menos 560 mil crianças entre cinco e onze anos. O cronograma de vacinação previa imunizar as crianças até 09 de fevereiro, porém a campanha já foi paralisada duas vezes por falta de doses. A campanha será retomada na próxima sexta-feira (04). Vão ser vacinadas as crianças com 6 anos ou mais. E a partir de segunda, dia (07), é a vez das meninas de 5 anos. Na terça, dia (08), serão vacinados os meninos de 5 anos. E na quarta-feira (09), é dia de repescagem para as crianças com 5 anos ou mais.

A expectativa é de que seja retomada na próxima sexta-feira (04), para crianças de sete e seis anos, com a chegada de 100 mil doses da Coronavac. Uma remessa de 33 mil doses da Pfizer está prevista para até o fim de semana, o que mantém a expectativa de que na semana que vem as crianças de 5 anos possam se vacinar. Contudo, o número de doses não é suficiente para todo o público-alvo, segundo estimativas das autoridades de saúde.

Apesar da baixa adesão à vacina, a volta às aulas está mantida na rede pública municipal para a próxima segunda-feira (07). A prefeitura planeja uma busca aos alunos não vacinados, já para a segunda semana de aulas.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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