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Transformando vidas através do esporte e estudos, Craques da Vida atua há 24 anos na Vila Aliança

A ONG oferece escola de futebol e plataforma de estudos para as crianças e adolescentes da comunidade

Foto: Instagram Craques da Vida / Reprodução

Determinado a enfrentar as problemáticas que cercam os jovens nas comunidades do Rio de Janeiro, Franklin Ferreira de Melo, de 41 anos, encara como missão de vida oferecer um amparo social para as crianças e adolescentes da Vila Aliança, em Bangu, Zona Oeste do Rio. À frente da ONG Centro de Educação Integrada Craques da Vida há mais de 20 anos, o ativista realiza iniciativas e ações que priorizam desde o acesso ao lazer à democratização na qualidade de ensino.

Cria da comunidade, o fundador do projeto revela que a inspiração para contribuir na construção de uma vida digna para todos surgiu através do seu contato com realidades parecidas com a sua, tarefa que cumpre com êxito para mais de 150 crianças há 24 anos.

“A ideia de criar a ONG veio a partir do desejo de todo moleque de favela, né? Que é ser jogador de futebol. Eu tentei por um tempo, mas infelizmente não levava jeito para coisa (risos). Então, decidi que queria mudar a realidade do mundo, mas percebi que o mundo era muito grande… então quero mudar a realidade da minha favela, do local que nasci. E, também, vem de uma linhagem familiar de agentes sociais no bairro”, conta.

Como uma árvore genealógica de apoio popular, Franklin explica que o seu avô paterno foi o primeiro barbeiro na Vila Aliança e que ele realizava ações coletivas no bairro. Entre essas, o corte de cabelo para moradores que não possuíam dinheiro para pagar e a distribuição de alimentos para as famílias mais vulneráveis. “Ajudar o próximo está no sangue já”, detalha.

Além desse gancho familiar, a iniciativa social contou com o apoio do projeto Terr’ativa, uma ONG franco-brasileira que Franklin ajudou a fundar em 1998, quando esteve na França através de ação que visava levar as crianças e jovens de Bangu para assistirem a Copa do Mundo no país.

“Em 1998, eu conheci três franceses (Delphine Douyere, Gerome Four e Cristian Dopui) que possuíam o sonho de realizar outros sonhos, como levar brasileiros para assistir a copa do mundo fora do país e em 98 nós fomos para lá. O craques da vida passou a ser um projeto atrelado a essa ONG Terr’ativa. A gente tem 24 anos de existência impactando vidas através do esporte e projetos de cultura”, fala.

A instituição atua na comunidade da Vila Aliança, em Bangu, há 24 anos. Foto: Instagram Craques da Vida/Reprodução.

Atualmente, o Centro de Educação Integrada Craques da Vida conta com a parceria da Viva Rio através da Academia Pérolas Negras, que oferece uma plataforma para a educação diferenciada das crianças e adolescentes do bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Além disso, as atividades da ONG acontecem na Associação dos Moradores da Vila Aliança e no campo de futebol do Mangueiral.

“Hoje nós temos o futebol e a educação como principais atividades. Na educação, possuímos uma parceria com o Viva Rio, com a Academia Pérolas Negras, viabilizando uma plataforma para auxiliar na educação das crianças da favela. Com isso, o apoio escolar foca na matemática, no português e na matéria de habilidade de vida – uma área que visa melhorar as tomadas de decisões, lidar com o estresse, entender a empatia e outros”, conclui Franklin.

Lutando por uma sede própria desde a sua criação, o projeto fechou uma parceria com o Instituto Niemeyer e, após 24 anos de existência, receberá um espaço para chamar de seu. O processo ainda está em fase de desenvolvimento, com a criação de plantas de arquitetura para o local.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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