“Tivemos que repor!”, empreendedores comemoram o sucesso do Arraiá do Alemão

Foram selecionados 20 empreendedores de favela para estar na festa junina do Alemão

A barraca de cuscuz nordestino feito com flocos de milho chama atenção pelas panelas pequenas que cozinham o cuscuz. Além disso, pelos diferentes acompanhamentos e temperos combinado. Ivanilda da Silva, empreendedora da culinária do cuscuz, 49 anos, moradora de Nova Brasília, no dia do Arraiá do Alemão fez cinco meses da sua loja.

“Hoje eu tô trabalhando mais. Comecei cedo. Tô desde 1h da tarde preparando os cuscuz. Eu vou continuar com meus recheios nordestinos: carne seca, calabresa e principalmente, carne de sol. Ano que vem, eu espero está aqui [ Arraiá do Alemão] e com uma casa nova! Vou juntar o dinheiro do Arraiá para comprar minha casa”, resume sobre a participação no evento.

A barraca do Açaí da Lili é administrada pela Leilane Cristine, de 36 anos, moradora da Relicário, no Alemão. Tem a loja de açaí há 5 anos e conta sua trajetória com o Voz. “Eu comecei como voluntária sempre doando os açaí para as crianças para as ações do Voz. Aí surgiu a oportunidade do CarnaVoz e foi sucesso!”

O diferencial do atendimento e do produto se mostra com as filas enormes. “Nós fidelizamos o cliente, damos um ticket, eles juntando ganham um de 300ml. Fora isso, tem as frutas frescas. E trazemos sempre novidade de chocolate”, afirmou a Lili.

Açaí da Lili com muita qualidade. Foto: Divulgação/Vilma Ribeiro

“Superaram todas as expectativas. Ontem, sábado (8), eu vendi todo o estoque que seria pra hoje. Eu já fiz, já está em reposição. A casa da minha mãe que fica aí próximo também para eles conseguirem produzir o tempo inteiro”, conta animada a empreendedora Jenipher.

A barraca Mimos da Jennipher foi um achado. Recheada de doces e bolos. Jennipher Lima, de 31 anos, moradora do Alemão, coordena a loja há três anos. Desde criança, já trabalhava no meio e sua mãe já trabalhava com festa. A pandemia intensificou as coisas e ela começou a fazer como terapia.

Além disso, de onde vem esse nome Mimos “É a intenção de alegrar a pessoa, né? Ter um carinho, um conforto. Principalmente porque, como surgiu nessa época de pandemia, todo mundo estava bem pra baixo. Então era um Mimo. Começou eu doando mesmo pra pessoas próximas. Eu gostava de presentear com doces”, fala do processo criativo para a nome de seus doces.

O evento movimentou o economia local e vem ganhando espaço ano após ano. “Maravilhoso! O público está muito grande, todo mundo está gostando bastante da festa. Todo mundo veio. Tanto para as comidas, quanto para os shows também. Até mesmo esse contato das pessoas também. Ter uma coisa legal para poder fazer durante uma semana, uma tradição que é a festa junina, então o evento foi ótimo para todo mundo”, vibra por fazer parte do Arraiá do Alemão.

Barraca Mimos da Jennipher. Foto: Divulgação/Vilma Ribeiro

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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