Saiba o que é o ‘Plano Juventude Negra Viva’, programa do Ministério da Igualdade Racial lançado pelo presidente Lula

Objetivos do plano consistem na ações de redução de letalidade na área da segurança pública, promoção da educação, acesso à saúde para a juventude negra
Foto: Ricardo Stuckert / PR

A juventude negra representa um segmento da população frequentemente impactado por diversos problemas sociais. A violência policial é um exemplo disso. Casos como os de Thiago Menezes Flausino, da Cidade de Deus, e Johnatha de Oliveira Lima, de Manguinhos, ilustram a severidade com que a juventude negra, especialmente aquela residente em favelas, é afetada. Além disso, essa população enfrenta outras questões, como o acesso à educação, entretenimento e cultura. Em resposta a essas necessidades, expressas pelos próprios jovens negros, o Ministério da Igualdade Racial instituiu o Plano Juventude Negra Viva.

O que é o plano?

O programa reúne um conjunto de ações de formulação e implementação de políticas públicas voltadas diretamente para jovens negros. O objetivo do Plano Juventude Negra Viva é reduzir a desigualdade que atinge a população negra, atuando diretamente nas áreas como saúde, segura pública e educação. O programa envolve 18 ministérios do Governo Federal e terá um investimento de R$ 665 milhões.

O lançamento aconteceu na última quinta-feira (21), na favela de Ceilândia, no Distrito Federal. A cerimônia teve a presença do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da Ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco e outros ministros.

No evento de lançamento, Anielle destacou a importância do programa Juventude Negra para o país. “Hoje é um dia histórico, com lançamento do maior pacote de políticas públicas para a juventude negra brasileira. Cuidar da juventude significa valorizar e permitir que ela siga contribuindo com o Brasil. Nós rodamos o Brasil inteiro, escutamos jovens de todo o país, nos 27 estados”.

O presidente Lula também discursou no evento e criticou o racismo “Enquanto estamos aqui reunidos, em algum canto do país há uma pessoa negra sofrendo agressões verbais e físicas, única e exclusivamente por conta da cor da sua pele; ou pior, confundida com bandido e sendo executada a sangue frio, ou então vítima de uma bala perdida, que quase sempre encontra um corpo negro em seu caminho e que tantas vezes mancha de sangue um uniforme escolar. Não podemos achar normal.”

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O Governo apresentou as dez ações que serão prioridade no Plano Nacional Juventude Negra Viva, conforme Agencia Brasil:

  • Projeto Nacional de Câmeras Corporais, com diretrizes, treinamento e capacitação para policiais
  • Criação do Pronasci Juventude, com bolsas de R$ 500 por mês para jovens negros em cursos de capacitação profissional nos institutos federais
  • Política Nacional de Atenção Integral a Saúde de Adolescentes e Jovens, com recorte de juventude negra e programa específico sobre saúde mental
  • Bolsa de preparação para concursos da administração pública
  • Equipamentos de referência no âmbito do programa Estação Juventude, revitalização dos CEUs da Cultura e instalação de Centros Comunitários pela Vida (Convive)
  • Promoção de intercâmbios entre países do hemisfério sul, com R$ 6 milhões de investimento em intercâmbios de professores e estudantes de licenciatura para África e América Latina
  • Implementação do Pontão de Cultura com recorte específico para a juventude
  • Internet em territórios periféricos, comunidades tradicionais e espaços públicos
  • Formação de jovens esportistas nas periferias a partir dos núcleos do programa Segundo Tempo
  • Crédito rural com foco na produção de alimentos, agroecologia e sociobiodiversidade, com ênfase na ampliação da linha de crédito rural Pronaf Jovem.

Para acessar o Plano Juventude Negra Viva na íntegra, é possível acessar neste link.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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