A maior favela do Brasil, a Rocinha, quer expandir o volume de plástico coletado pelo centro de coleta seletiva, o Rocinha Recicla. Situado no estacionamento do Complexo Esportivo da Rocinha, Zona Sul do Rio, o projeto em parceria com a empresa Plastic Bank, tem como expectativa entregar dez toneladas por mês de material para reciclagem. E desta forma, os catadores locais vão receber uma bonificação por quilo de plástico entregue no ponto de coleta.
Este novo projeto do Rocinha Recicla tem como objetivo gerar renda extra a 105 coletores de plástico cadastrados no programa e evitar que grandes quantidades de materiais cheguem aos oceanos. O novo acordo faz parte de um esforço para expandir e fortalecer o ecossistema, incentivando o impacto positivo para os catadores e a economia local.
A iniciativa existe há dois anos e já foram alcançados mais de 90 mil toneladas de plástico destinados à reciclagem. Atualmente, a previsão é de que sejam recolhidas 240 toneladas, volume que equivale a 12 milhões de garrafas PET.
Para o diretor de operações da Plastic Bank no Brasil, Ricardo Araújo, é inspirador ver a transformação que a comunidade da Zona Sul está passando por causa da reciclagem. “Os coletores moram no local e trabalham para criar um ambiente mais limpo e sustentável. Essa é uma forma de empoderá-los, pois, hoje, eles contam com uma fonte adicional de renda, ajudando-os nas contas de casa, na educação dos filhos e na compra de itens necessários. Queremos que a região caminhe para um futuro mais consciente e que o ponto de coleta continue atuando para reverter a antiga narrativa da poluição plástica na Praia de São Conrado e arredores”, conta Ricardo.
Todo o material coletado é registrado em uma blockchain, uma espécie de registro de transações confiável que permite a checagem dos dados em tempo real. Assim, é possível rastrear o plástico e assegurar o pagamento das pessoas que trabalharam coletando-o. O projeto gerou um aumento de renda e aproximadamente 40% aos coletores locais.