O sonho de ter um lugar pra chamar de lar é o sonho da maioria das pessoas, principalmente para quem mora na favela e teve que atravessar episódios marcados pela falta de moradia (moradia que é um direito, inclusive!). E tudo parecia ser realidade para os novos 175 moradores do condomínio José Augusto Francisco, localizado na Av. Itaóca, 1793, na Nova Brasília, região do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, mas com menos de UM MÊS de entrega dos apartamentos, os problemas começaram a aparecer.

“Eu estou com problema na minha porta, na minha janela e no meu banheiro”, disse a moradora do apartamento do terceiro andar de um dos blocos. “A porta está solta e fica ruim de fechar. Na janela, tem que trocar os trincos e o banheiro está vazando. Na cozinha, infiltração está tomando conta na parede”, reclamou a Dona Rosineide.

Já a Márcia Angela, também moradora do terceiro andar do primeiro bloco também tem queixas. “Eu acordei e estava assim, alagado. Esse vazamento, dizem, é do andar de cima. Eles já foram lá e já quebraram e não encontraram nada. Mas a minha casa continua alagando”. Ela também reclamou sobre a caixa de luz que estava dando curto-circuito. “Meu vizinho que veio desligar a caixa. Eu nem estou morando aqui direito e a conta de luz já chegou.”

“Alagamento, entupimento, tudo quebrado!”

A Ivani Macedo, do apartamento 210 do mesmo bloco, também apontou problemas. “Eu não consegui usar o banheiro e nem a cozinha. “Há duas semanas, ela precisa escovar os dentes na pia da cozinha porque a pia do banheiro não funciona direito. “Eles que me tiraram da minha casa há 17 anos atrás. Aí quando me devolvem moradia, me devolve dessa maneira? Isso não é certo!”

O Samuel Silva, também morador novo da região, relatou problemas. “No apartamento, as poucas coisas que eu tinha que resolver, eu consegui. Mas eu temo pelo apartamento de cima. Ainda não mora ninguém, mas quando vier alguém pra morar, do jeito que estão esses problemas, rápido vai aparecer alguma infiltração aqui em casa.”

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Tudo novo, mas cheio de reparos pra fazer

Para quem vê de fora, os apartamentos e a estrutura do condomínio José Augusto Francisco são excelentes, mas o problema de acabamento nas estruturas tem preocupado os moradores. No pátio, algumas estruturas representam um perigo constante para quem passa por ali. Uma caixa de energia de alta tensão, por exemplo, fica ao lado da caixa d’água e na frente de uma área de lazer. “É um grande perigo, principalmente para as crianças. Uma brincadeira pode resultar em algo horrível”, se queixaram moradores.

O Voz das Comunidades realizou contato com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, assim como a Secretaria de Habitação do Estado do Rio de Janeiro para explicar sobre a situação do condomínio recém entregue. Até o fechamento desta matéria, o órgão ainda não tinha respondido.

// Atualização //

A Secretaria de Estado de Habitação respondeu ao Voz das Comunidades. Diz a nota, na íntegra:

A Secretaria de Estado de Habitação de Interesse Social (Sehis) mantém um plantão diário de fiscalização no Condomínio Residencial José Augusto Francisco, localizado no Complexo do Alemão, com o objetivo de solucionar às demandas dos moradores. As necessidades estão sendo tratadas caso a caso, em conjunto com a empresa responsável pela construção no local.

As medidas cabíveis para a execução dos consertos já foram tomadas e o cronograma de reparos já está em vigor. O fabricante das janelas foi notificado sobre as falhas existentes e a empresa encontra-se no local executando os consertos. As ocorrências relacionadas aos vazamentos também já estão sendo sanadas pelas equipes da construtora.

Será mesmo? Vamos acompanhar.