Foto: Douglas Lopes / Simone Lauar, umas das fundadoras do Garotas da Maré
Motivadas por fazer um jornalismo alternativo dentro do Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, duas irmãs decidiram criar um veículo comunitário voltado para a comunidade onde moram, com uma linguagem mais simples direcionada aos moradores. Hoje o jornal comunitário enfrenta dificuldades para manter as atividades, mas ainda sim segue na luta para levar informação às pessoas da favela.
O Garotas da Maré surgiu em 2018 a partir da ideia das jornalistas Simone Lauar e a sua irmã Anna Neves. Elas desejavam um jornal mais dinâmico, sem muitas palavras complicadas e abordar temáticas como: Cultura, música, feminismo, LGBTQIA, política, entre outras coisas, de um jeito que os moradores sempre recebam essas informações. Além das irmãs, a jornalista Marcela Silva, que é de São Gonçalo, também faz parte do Garotas da Maré .
Moradoras do Salsa e Merengue, uma das 16 favelas dentro do Complexo, as irmãs não possuem patrocinadores e nem instrumentos de trabalho. “Somos duas mulheres negras, com ideias na cabeça e um celular. Estamos desempregadas desde o começo da pandemia e vivemos pedindo aos nossos leitores que nos ajude. Pois, vivemos de editais e, quando estamos sem dinheiro, pedimos nas nossas redes ajuda pra pagar nossa Internet para prosseguirmos”, comentou Simone.
Sobre o trabalho realizado
Atualmente há duas ações dentro do jornal, sendo a primeira “O Mentes da Maré”, que oferece assistência psicológica gratuita para pessoas que não podem pagar, e a segunda é a ação Nossa História tem Mais Cor, que fala sobre a cultura afro-brasileira, das referências negras brasileiras que foram apagadas pela história.
“Uma vez, falaram que somos muito ousadas. Somos! Pois, com um celular já fizemos uma ação que ajudou muitas pessoas a conseguir psicólogos no começo da pandemia. Fazemos lives falando sobre cinema e sobre saúde mental ao mesmo tempo. Somos ecléticas e dinâmicas. Realmente seríamos muito melhores se tivéssemos um computador, mas isso não nos amedronta“, afirma Simone.
O fato de ser um jornal composto apenas por mulheres chama a atenção e se faz um grande diferencial nas editorias do jornal. Simone fala sobre esta realidade: “Bom, somos mulheres, negras, faveladas fazendo um jornalismo sério e fácil de entender. Praticamente estamos remando contra um mar de preconceitos e mostrando nossa cara”.
As jornalistas decidiram criar uma vaquinha online para ajudar a custear as atividades do Garotas da Maré. É possível acessar ESTE LINK para portal da vakinha e se tornar assinante do jornal a partir de 10 reais.
Para acompanhar o jornal comunitário é muito simples, basta pesquisar a @garotasmare no Instagram e @GarotasdaMare no Twitter.