Nascida e criada em Bangu e professora no CPX há quase 10 anos, Mônica Costa lança seu segundo livro na Bienal do Livro. A obra “Todo mundo é diferente” conta nove história de crianças com deficiência que passaram pelas salas de aula que a professora lecionou. A diversidade e a inclusão são pontos centrais em seu trabalho. Junto com o colégio e com os pais, ela aposta em atividades para acolher e desenvolver o aluno de forma saudável.
A conexão de Mônica com a escrita e a educação não é de hoje. Aos sete anos, ensinou seus pais, que eram analfabetos, a ler. Desde então se encantou pelo ato de ensinar e se formou professora no ensino médio. Para ela, a educação é uma ferramenta de transformação de vida. Dando aula para os anos iniciais, ela também aprende.
Sua primeiro livro “As aventuras de Simonita” é uma homenagem a sua irmã já falecida. Foi na leveza da escrita infantil que Mônica se confortou no luto. A obra conta a história de uma menina que se aventura nas histórias que aprende em sala de aula e parte para um mundo fantasias
“As crianças não tem uma representatividade em obras literárias. Por ela ser uma aluna de escola pública as crianças ficaram encantadas. Eles passaram a se enxergar na literatura. Alunos de escola pública, alunos do morro. Eles falavam: “Ih, ela mora no morro igual a gente”. Ser parda é um diferencial porque geralmente no livro são brancas. Foi importante para eles ter a questão de raça, de desigualdade social, e de alfabetização. Porque esse livro é feito em duas grafias: em caixa alta e em letra cursiva pensando nas crianças que estão aprendendo a ler”, explica Mônica.
Já “Todo mundo é diferente” é inspirado nos alunos com deficiência que Mônica teve. De microcefalia a deficiência, a história informa de forma educativa sobre a importância de tratar todos bem mesmo com a diferença. Para Mônica, o respeito é fundamental dentro de sala de aula.
“Todos nós somos diferentes. Não é só porque nosso colega tem um laudo que devemos tratar ele diferente. Independente de ter laudo ou não, nossa pele, nosso cabelo é diferente. E eles entendem isso muito bem. Em relação ao pedagógico, eles tem as atividades diferenciadas. Ele faz as mesmas coisas que os outros alunos, mas com adaptações”, conta Mônica.
Como escritora, os alunos são grandes admiradores. Ter acesso a uma autora é uma novidade e inspira os alunos a serem protagonistas das próprias histórias. Mônica pretende continuar escrevendo mais histórias e criando outras aventuras por aí.
“Para ele esse contato com autor foi gratificante. Eu vou em outras escolas também. Eles ficam muito felizes. Ter contato com autor era algo fora do mundo deles. Então eles participam muito. Fico maravilhada! Não tenho nem palavras para explicar. Eles até melhoraram em relação ao respeito com os amigos. Fico muito feliz!”, expressa Mônica.
O livro Todo Mundo é Diferente será lançado na Bienal do Livro, que acontece do dia 13 até o dia 22.