OPINIÃO – O movimento antitrans como cortina de fumaça e apelo ao futuro retrocesso

A Marcha Trans e Travesti ocorreu do Rio de Janeiro, em novembro de 2022 Foto: Rai do Vale

Por: Theo Souza

Dia 29 de janeiro é o dia da visibilidade trans. Essa semana (20/01/2024), Trump, tomou posse da presidência dos EUA e garantiu uma política voltada para “dois gêneros” e atingiu de diversas formas a comunidade trans (ao não reconhecer identidades de homens e mulheres trans e principalmente não bináries), além de dizer que não enxergará cores e defender a meritocracia. Mark Zuckenberg e diversos empresários e políticos também têm apoiado os discursos antitrans; o que já acontece no Brasil há um tempo, mas que vêm retomando sua força. E isso nos acende um grande alerta em relação ao nosso futuro!

A pauta trans, mais especificamente, o movimento ANTITRANS, é uma das principais ferramentas para gerar apelo e afinidade entre os conservadores e polarizar a sociedade tanto na política interna quanto na política externa. 

Historicamente, isso acontece não só com essa pauta, mas também com outras questões sociais (como raça, deficiência, sexualidade, etc) como estratégia política para separar a população (principalmente a grande massa) e enfraquecer nossos direitos, em geral – não só direitos trans ou raciais; Mas aqueles que você, enquanto cis e branco, usufrui! 

Família, raça, gênero, religião e economia (e por muito tempo usaram e usam pessoas com deficiência como token [ferramenta]) são palavras-chave usadas para desestruturar a sociedade enquanto nos bastidores da política, esses mesmos valores são negligenciados. E a grande massa é apenas usada como fantoches da política nacional e internacional! 

Muitos conservadores se agarram às palavras-chaves citadas nesse texto como uma forma de se agarrarem a si mesmos diante do novo, da incerteza e principalmente diante do seu EGO e de seus privilégios sociais. Muitas vezes, não têm nada a ver com a prática, a realidade e o pensamento conservador. Na verdade, às vezes fazem um grande esforço para se encaixar! 

Reprimir direitos humanos, a diversidade e a cultura em detrimento à valorização, à economia e a segregação da população é induzir a sociedade e o próprio sistema à implosão – o que significa atingir diretamente a economia. Pois por trás de toda essa cortina de fumaça, a intenção é negociar os seus valores e desumanizar a população! E em, em tempos de Inteligência Artificial, o avanço da desumanização, de fato, deveria ser mais alarmante para a sociedade como um todo…

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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