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OPINIÃO – Geração de renda para a juventude favelada

Foto: Selma Souza
Foto: Selma Souza

Pega a visão: tá na hora da gente conversar de igual pra igual sobre como a juventude da favela pode botar a mão na massa e criar sua própria grana, sem ter que viver só no corre da rua ou se agarrar em trampos que exploram mais que ajudam. 

Muita gente de fora olha pra favela e só vê problema, violência, ou então aquele assistencialismo meia boca que não muda nada na vida de quem tá ali no dia a dia. 

Mas quem mora sabe: a favela é cheia de talento e disposição, de gente criativa pra caramba e que só precisa de uma brecha pra virar o jogo. 

A parada é a seguinte: a gente não quer só bolsa isso, auxílio aquilo. Isso ajuda? Ajuda. Mas e o sonho de ter seu próprio negócio, de fazer a sua música, vender sua arte, programar seu app, ensinar sua dança? Isso tudo aí também é geração de renda, é o que sustenta e dá orgulho pra quem faz. 

E como que faz pra isso virar real? Primeiro, a gente precisa de educação de qualidade, com escola que ensine o que importa, e não só pra passar de ano. Depois, vem os investimentos reais nas favelas, com acesso a internet de qualidade, espaços de co-working, incentivo pra galera que quer empreender. 

O bagulho é doido, mano! Imagina você tendo a chance de aprender a programar na sua favela e criar um aplicativo que soluciona os perrengues do seu dia a dia? Ou então montar um pequeno ateliê de costura com a visão que só quem vive o lugar tem? Isso muda o cenário, isso dá esperança e, de quebra, tira a molecada da mira da criminalidade. 

Mas ó, num é só jogar a responsa pro Estado não, a gente tem que se unir como favela. Já tem muita iniciativa bacana partindo do próprio morro, de gente que acredita nos seus e não fica esperando chuva de dinheiro cair do céu. É a rádio comunitária, são os eventos de rua, os projetos de arte e cultura que tão impactando territórios. 

Tem que ter também aquela visão 1000 graus dos cria, que sabe que a união faz a força e que, quando um vence, motiva outros a vencerem também, se ligou? 

Só que, papo reto, num tem como vencer na marra, sem uma mãozinha pra fazer a roda girar. Os empresários, artistas, influenciadores digitais, a galera que fez seu nome, todo mundo pode dar uma força, seja com a visibilidade, com know-how ou com uma grana preta pra bancar projetos. 

O lance é dar a letra, mostrar pro sistema que juventude favelada também é futuro, que também é inovação. 

E aí, vambora fazer dessa utopia um corre de verdade? A hora é essa, e o futuro pode ser daquele que peita o desafio e mostra que, sim, na favela também nasce CEO, artista, cientista, o que for. Basta dar o start e deixar a magia rolar. 

Se liga, sistema: a favela quer mais que sobreviver, ela quer reviver, reinventar e mostrar pro mundo que quem vem de “baixo” também tem poder. Então, vamos juntos nessa que, com o microfone na mão e uma ideia na cabeça, a juventude da favela vai longe. Bota fé no pai que os projeto vai.

JEDAI
Poeta, escritor, roteirista, Youtuber e líder social. É cria da Kelson’s, na Maré, já teve poemas publicados e transmitidos na FLUP (Festa Literária das Periferias), Semana de Arte Favelada, Voz das Comunidades e Globo

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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