Nave do Conhecimento Nova Brasília capacita moradores do CPX para mercado de trabalho

Cursos disponíveis na Nave do Conhecimento fazem a diferença na vida de moradores do Complexo do Alemão e outras comunidades
Foto: Vilma Ribeiro/ Voz das Comunidades

Atualmente, o mercado de trabalho exige que o profissional tenha um currículo recheado de cursos. E nem todos moradores da favela conseguem realizar capacitações profissionais para atender a demanda. Mas com a Nave do Conhecimento, a preparação para o mercado de trabalho ficou mais facilitada, justamente pela gama de cursos que oferece. No Complexo do Alemão, a Nave fica na Praça do Terço, ao lado do CineCarioca Nova Brasília e funciona de segunda a sábado, atendendo o público a partir dos 8 anos de idade até os mais adultos.

Jeferson Cora é coordenador da Nave do Alemão e ressalta a importância da unidade tecnológica para a comunidade. “Quando a Nave reabriu no final da pandemia ajudou bastante gente que não tinha internet em casa. Muitas pessoas passaram a frequentar, estudar e até se distrair”.

O coordenador conta que vários cursos, dos básicos até os mais avançados, são oferecidos no local. Entre eles, destacam-se curso de programação, audiovisual, fotografia e informática. O jovem Abraão Silveira de 17 anos foi campeão no desafio COR (Centro de Operações Rio), onde criou um jogo inspirado na empresa. “O nosso jogo foi inspirado nas coisas do cotidiano, igual o COR. No jogo, tem um personagem que é um gato que avisa sobre a chuva, coleta os lixo na rua, entre outras funções do dia a dia. Nós criamos tudo aqui na Nave. Foi uma surpresa pra gente ter ganhado em primeiro lugar”.

Raiza Torres, de 21 anos, moradora do Conjunto de Favelas da Maré faz o curso de audiovisual e contou que as aulas têm ajudado na sua capacitação. “Quando eu vi o curso aqui, eu vi uma oportunidade de aprimorar meus conhecimentos e conhecer novas pessoas. Esse curso já é algo a mais no meu currículo”.

A jovem Mariana Oliveira, de 17 anos, moradora do Complexo do Alemão, tem o sonho de ser jornalista e viu nos cursos da Nave a oportunidade e incentivo para conhecer melhor a área de comunicação. Ela já finalizou o curso de Fotografia e atualmente frequenta aulas do curso de audiovisual. “A Nave é muito importante porque é uma forma das pessoas terem acesso a internet. Também ajuda a aprimorar nosso currículo com os cursos. Eu vejo como uma família pra mim”.

A monitora Josiane Santana, de 36 anos, moradora do Complexo, trabalha na Nave do Conhecimento da Nova Brasília há 10 anos. Ela também valoriza a importância da Nave na sua vida, local onde ela começou como recepcionista, foi aluna e hoje dá aulas de fotografia. “Sou formada como jornalista, mas comecei a fazer o curso de fotografia aqui. Foi o início de tudo. Hoje trabalho na área de educação, dou aula de fotografia, social mídia. Tem alunos daqui que já estão trabalhando”, destacou.

Além de cursos para jovens e adultos, também tem para crianças. O curso de programação de jogos squash é um dos cursos oferecidos que a criançada adora. Simone da Silva de 51 anos, professora de programação de jogos diz que “a tecnologia faz parte do dia a dia, está trazendo esses cursos tecnológicos, como programação e jogos pode ajudar essas crianças no futuro sendo grandes profissionais de jogos”, falou. Uma das suas alunas é a pequena Paula Naylla Galvão de 10 anos, que adora frequentar o curso. “Eu amo! É bom que ensina para várias crianças. Aprendi muita coisa, eu fico feliz quando aprendo”, afirmou.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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