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‘Não se pode pensar a cidade sem incluir a favela’; saiba como foi o ‘Fórum Extra Favelas’ com autoridades e lideranças faveladas reunidas no Centro do Rio

O evento reuniu grandes personalidades para falar sobre o Plano Diretor, nesta manhã, no centro do Rio de Janeiro
Fórum Extra da Favela. Foto: Leticia Gonçalves/Voz das Comunidades

O Fórum Extra Favelas aconteceu nesta quinta-feira (28), no Auditório do Infoglobo, no centro do Rio, e contou com a presença de autoridades e lideranças faveladas, o tema central debatido foi o novo Plano Diretor aprovado na Câmara do Rio, e neste documento foi incluso as favelas pela primeira vez, a fim de pensar estratégias e investimento para o desenvolvimento da cidade. ‘Não se pode pensar a cidade sem incluir a favela’ a fala é de Renê Silva que mostra como o Plano Diretor é um marco histórico da cidade, porque está reconhecendo uma população, antes invisibilizada, dentro do orçamento do Rio de Janeiro.

O evento foi dividido em diferentes mesas:

  • 1ª – A favela agora é reconhecida pelo Plano Diretor. Mas e daí?;
  • 2ª – Somos todos cidadãos: como oferecer dignidade e inclusão para os moradores das favelas; e, por último,
  • 3ª – Falta ajuda, sobra vontade: o empreendedorismo e a economia criativa mudam as perspectivas das comunidades.

A primeira parte do debate foi mediada por Marcos Furtado, jornalista do Extra, e contou com uma mesa diversificada. Entre os participantes estavam Carlo Caiado, presidente da Câmara do Rio de Janeiro; Kenia Maria, atriz, defensora das Mulheres Negras pela ONU Mulheres Brasil e diretora da Mangueira do Amanhã; Preto Zezé, cofundador e presidente da CUFA-RJ; e Renê Silva, fundador do Voz das Comunidades.

A liderança de favela, Renê Silva, ressalta a importância da favela estar dentro do orçamento da cidade: “é o marco histórico da cidade, porque está reconhecendo que 22% dessa população que antes era invisibilizada, hoje está dentro do orçamento da cidade. Então, o investimento em urbanização, vem melhora na água potável, na moradia digna, estar dentro desse plano.”

Renê Silva, fundador da Voz das Comunidades. Foto: Leticia Gonçalves/Voz das Comunidades

Durante o debate, Preto Zezé destacou pontos importantes sobre a realidade das favelas. Ele enfatizou que esses territórios nunca tiveram protagonismo nos investimentos, mas, por meio de políticas públicas e pesquisas, começaram a ser incluídos no IBGE e no Plano Diretor. No entanto, Zezé reforçou a necessidade de concretizar o orçamento. “Cada território vai dando sua resposta, é muito importante fazer aproximação do debate, como por exemplo, o G20. Trazer para a favela esses temas com mais simplicidade, construir caminhos melhores”, dispara Preto Zezé durante o encerramento da primeira mesa.

A programação seguiu com outras personalidades, na segunda mesa, teve a presença de Tainá de Paula, vereadora; Luís Carlos Toledo, arquiteto; Simone Rodrigues, advogada especialista em política e planejamento urbano e Tainã de Medeiros, vice-presidente do Instituto Papo Reto.

E para finalizar, o encontro, a terceira mesa, foi composta por Rafael Aloísio Freitas, vereador e presidente da Comissão do Plano Diretor da Câmara; Carla Panisset, gerente de empreendedorismo social do Sebrae Rio; Célia Domingues, presidente do Conselho de Comunidade da Associação Comercial do Rio de Janeiro e Lela Freedom, empresária e moradora do Complexo do Alemão.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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