A 13ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE), começou na última quinta-feira (2) e se estende até domingo, dia 5. Com o tema “Um Rio Chamado Brasil”, o evento, busca reconectar laços, recompartilhar ideias “de um país com seu povo e sua natureza”. Ele acontece na Fundição Progresso, no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro.
Um dos pontos altos da programação da Bienal da UNE foi a mesa de debate “Os rios que constroem nossa identidade: Um Brasil de todos nós”, que contou com a presença de Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial, Rene Silva, articulador e fundador do Voz das Comunidades, e Lúcia Klück Stumpf, professora da USP.
A ministra Anielle Franco falou sobre sua trajetória, posicionamentos e enfrentamentos que partiam desde preconceitos por ser de favela à perseguições políticas desde a morte de sua irmã Marielle Franco. Os estudantes presentes a aplaudiram de pé diante da sua fala. “Saio daqui fortalecida, pegar essa energia boa de tantos estudantes que tão lutando aí por um país melhor. Mas pra além disso, eu me reconheço neles e nelas, né eu passei por isso, há dez anos atrás era eu que estava do lado de lá, sonhando com um país melhor, com um lugar melhor. Estar aqui e ver isso tudo é ver a favela vencer.”
Para o auditório lotado, Rene Silva falou sobre a importancia da comunicação nas favelas e de como esse efeito consegue combater a marginalização de pessoas negras dentro de regiões periféricas nas cidades. Em entrevista, Rene tocou na pluralidade que o evento entrega, ao reunir jovens do Brasil para falar e ouvir diferentes ideias. “A gente está falando aqui com realidades de pessoas que moram em várias lugares do Brasil. Muitas delas nas periferias do Brasil inteiro. Então eu fico muito feliz de, hoje, poder compartilhar um pouco essa experiência, um pouco do que a gente tem feito, de combater essa desinformação e de mostrar nossos desafios e de como é necessário o protagonismo de todo mundo para que aconteça uma reconstrução e que todo mundo participe junto desse momento.”
(Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades)
Ester Caetano, de 23 anos, é carioca e é estudante de jornalismo na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Participando da Bienal da UNE, ela assistiu à palestra de Rene e da Anielle. Inspirada, validou a importância do evento em promover o debate a reconexão dos estudantes de todo o Brasil, além de trazer fortes grandes ícones de referencia para dialogar com os estudantes. “Essa Bienal é extremamente importante. Não só para academia, estudantes, universidades, mas também para questões sociais e culturais do nosso Brasil. Você tem contatos com estudantes que vieram de outros lugares pra cá, ter essa troca e ver como que a educação consegue ser uma ferramenta transformadora. Ainda mais para pessoas pretas, que vieram da periferia. É chegar aqui ver nossas referencias, que vieram do mesmo lugar que a gente, falando como podemos ir longe através da educação.”
Promovendo oficinas, palestras e rodas de debate, a Bienal busca trazer uma nova identidade para o país, após os últimos anos de governo. Visualizando um novo horizonte, rico em conhecimentos, cultura qualificação e valorização da ciência, a Bienal se destaca como um dos maiores encontros estudantis da América Latina.
(Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades)
(Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades)
(Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades)
A 13ª Bienal da UNE vai até domingo e, além das oficinas, feiras científicas e debates, também oferece shows nos Arcos da Lapa. Neste sábado, dia 4, a atração principal é o DJ Rennan da Penha. Ele comemorou o convite para tocar no evento e preparou uma setlist especial para o evento. Durante os 4 dias, 13ª Bienal da UNE receberá cerca de 10 mil estudantes.