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Mulheres líderes de projetos do Alemão se reúnem com a primera-dama Janja e ministra Anielle Franco

Encontro aconteceu na comunidade nesta sexta-feira (10); uma das reinvidicações das moradoras foi ter uma universidade no Cpx do Alemão

Por: Nathalia Menezes

Em encontro inédito, histórico e memorável, o Plano de Ação Popular e assinaturas solicitando uma universidade no Complexo do Alemão chegou para a primeira-dama, Janja da Silva, e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Os documentos foram recebidos na manhã de festa sexta (10), durante encontro realizado por mulheres líderes de projetos sociais do Alemão.

Janja e Anielle foram recepcionadas por Camila Moradia, moradora, líder do movimento por moradia do CPX e fundadora do MEAA, a diretora executiva da Voz das Comunidades, Gabriela Santos e Melissa Cannabrava, coordenadora de comunicação da ONG.

Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

A criadora do primeiro Slam de favela, o Slam Laje, MC Martina entregou seu primeiro livro intitulado “Nunca foi sorte, sempre foi poesia” e deu início ao encontro.

Sabrina Martina. Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Foram convidadas para as falas mulheres potentes e representativas em suas atuações, como Lúcia Cabral, fundadora do EDUCAP, Elisabeth Aparecida, mais conhecida como tia Bete, da Oca dos Curumins, que atua há 46 anos com educação no Complexo do Alemão e Ellen Serra, fundadora do projeto de balé Vidançar.

Lucia Cabral.
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades
Tia Bete.
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades
Ellen Serra.
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Lana Souza, diretora de comunicação e cuidados no Coletivo Papo Reto, que utiliza das ferramentas de comunicação para garantias de Direitos Humanos, pontuou sobre a comunicação que atravessa os temas citados. “Por mais respeito e sensibilidades que exista com o que a gente faz por aqui, somente essas mulheres aqui presentes e tantas outras sabem o tamanho da nossa luta e das nossas reais necessidades.”

Lana de Souza.
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Renata Trajano, também do Coletivo Papo Reto, falou dos atravessamentos da segurança pública, das dores que são trazidas pelas operações, citando realidades violentas nas favelas. “Que meu neto, meus sobrinhos pretos, cresçam vivos”, disse muito emocionada.

Renata Trajano.
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Camila retomou a fala pautando a violência contra a mulher e moradia, trazendo dados e informações. “O Alemão, com tantos anos de existência, desse tamanho, nunca teve uma casa de acolhimento para mulher, nunca teve um equipamento público de acolhimento para mulheres”, sinalizou. Sobre moradia, citou que algumas mulheres presentes no encontro tiveram sua casa removida pelo PAC, e não receberam a unidade habitacional, estando no aluguel até hoje, aguardando a construção nos terrenos, esses inclusive sendo preservados por elas.

Camila Moradia.
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Michele Seixas, do Instituto Brasileiro de Lésbicas, falou do retrocesso das políticas públicas no Brasil, principalmente durante o Governo anterior, ressaltando a retomada das mesmas no Governo atual. “No governo passado, nada foi feito pela saúde das mulheres lésbicas na saúde pública. Quando elas sofrem uma violação nesses espaços, não voltam”, relatou.

Ana, do CEM, a associação em movimento que atua na proteção a Serra da Misericórdia, com nascentes com quase 44km de terra, na qual fazem plantio, falou em forma de poesia sobre a labuta da mulher preta, pobre, favelada, mãe solo, fazendo um apelo por segurança alimentar. “Nosso primeiro direito humano é violado: o direito a alimentação.”

Rafaela França, fundadora do Neem (Núcleo de Estimulação Estrela de Maria), que durante a pandemia descobriu o diagnóstico da filha e resolveu pedir ajuda através de uma vaquinha virtual para seguir com o tratamento, destacou: “Eu sou uma favelada que precisei da mobilização das favelas para conseguir acesso para o tratamento da minha filha”, disse muito emocionada.

Rafaela França.
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Dona Josefa trouxe a provocação sobre a produção do próprio gás de cozinha e energia, através do biodigestor, chamou atenção sobre a consciência da coleta seletiva de resíduos sólidos, sobre a reciclagem em ECO PONTOS nas comunidades com a proposta de trazer sustentabilidade.

Maria Mariá, cria do Complexo do Alemão e estreou como rainha de bateria na Imperatriz Leopoldinense, a campeão do Carnaval 2023, também chegou junto no encontro e foi abraçar a primeira dama e a ministra, acompanhada da porta bandeira e uma representante da velha-guarda da escola de samba, na qual Janja passou a ser madrinha depois de ter aceito o convite da agremiação.

Entre as falas e escutas, os possíveis encaminhamentos eram direcionados pela primeira-dama. Muitos momentos foram marcados por forte emoções, afetos, ressaltando o quanto às mulheres movem as estruturas dessa sociedade e com essa troca tão potente, criam novos caminhos possíveis para melhores condições de vida em todos os âmbitos.

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PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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