Andar de chinelo, comer churrasquinho, conversar com o vizinho de porta e falar sobre futebol… Para Rafael Ked, jornalista e diretor do documentário Favela Feliz, não existe riqueza maior que o cotidiano de uma favela alegre.
Cria da Rocinha, localizada na Zona Sul do Rio, Rafael conta que o documentário nasceu depois de uma conversa entre amigos sobre ser ou não feliz como morador de favela. “Tive uma bate boca com um amigo que insistiu que quem morava na favela era triste e infeliz. Tem gente que mora aqui que é feliz sim. Fiquei com isso na cabeça”.
Com uma ideia e equipamentos próprios, Rafael decidiu procurar por favelados que quisessem dar seu depoimento e contar um pouco sobre o cotidiano e a alegria de morar em uma favela. “Procurei pessoas de diversas favelas do Rio. Tivemos depoimentos muito emocionantes. Pessoas LGBT contando que se sentem melhor em uma favela do que no asfalto”, relata o jornalista.
Além de tudo isso, o documentário é 100% realizado por mãos periférias. Rafael contou que conseguiu fazer colaboração com profissionais do audiovisual e da música que cresceram em favelas. “Todas as nossas imagens foram feitas por favelados e a trilha sonora foi feita especialmente para o filme”.
O documentário também vai servir de âncora para o projeto “Pipocando”, que visa levar curtas-metragem para lugares sem acesso ao cinema, como creches, casas de repouso e espaços dentro da favela.
Favela Feliz é um documentário que mergulha na vida do morador de favela. É um lembrete que, apesar das dificuldades e estigmas, na favela tem felicidade, resiliência e muita potência. “Queremos chegar longe com esse filme e exibi-lo em todas as favelas possíveis”.