“Os prefeitos têm que olhar para as favelas como parte da cidade”. A frase dita pela Secretária de Ação Comunitária, Marli Peçanha, fez parte do discurso de abertura da cerimônia de posse dos integrantes do Conselho Municipal de Favelas. O evento, que começou por volta das 10h, no Morro do Adeus, no Complexo do Alemão, contou com figuras políticas, como o prefeito Eduardo Paes e líderes comunitários. O novo grupo visa ter um diálogo direto com a Prefeitura sobre tópicos de interesse das comunidades.
Um dos empossados foi Gabriel Siqueira, cria do Andaraí, componente da Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de Janeiro (Faferj). De forma resumida, o jovem afirmou a necessidade de acesso facilitado à prefeitura, eliminando as burocracias. Além disso, explicou qual será o primeiro passo do Conselho de Favelas. “A gente agora vai criar o regimento interno do Conselho. E a gente espera que esse espaço seja um espaço de diálogo e seja um espaço que a gente tenha poder, para acessar e levar demandas e que elas se concretizem”, relata.
O suplente de Gabriel, Derê Gomes, Cria da Penha, também reforça as falas do novo conselheiro. Para eles, a sociedade civil precisa ter voz de fato e deve participar da construção de políticas públicas voltadas aos espaços populares. No entanto, Derê diz que há necessidade de priorizar alguns temas. “A gente entende que a prioridade hoje nas favelas é a melhoria de habitação, saneamento básico e falta de água. Além disso, o debate sobre cultura e como a cultura pode ser impulsionadora de criação de empregos, de fonte de renda para os moradores de favelas, é essencial”, complementa.
Já o prefeito Eduardo Paes reforçou, em discurso após a posse, a importância do trabalho dos conselheiros. “É muito importante que esse conselho olhe para além do meu mandato”, ressaltou em uma das suas falas.