Megaoperação no Complexo do Alemão impacta ir e vir, afeta comércios e bens materiais de moradores

Como se já não bastasse a movimentação durante a manhã, operação continuou na parte da tarde
Foto: Selma Souza/Voz das Comunidades

A megaoperação policial realizada nos Complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, deixou um rastro de vítimas, incluindo mortos e feridos, além de danos materiais e traumas para os moradores da região. As ações envolveram cerca de 500 agentes das forças de segurança, com suporte de veículos blindados, helicópteros e equipamentos para remoção de obstáculos.

Se durante a manhã já foi um caos para os moradores do Complexo do Alemão, a tarde, mesmo com alguns serviços “voltando ao normal”, a circulação de moradores ainda estava afetada. O barulho dos tiros manteve moradores presos em suas casas.

Uma casa foi alvo de uma granada lançada por um drone, causando pânico e destruição em casa de morador que gravou um vídeo narrando a situação. Relatos de moradores mostram o impacto devastador das operações. Uma costureira, que mora há 50 anos na comunidade Chuveirinho, teve sua casa atingida por tiros que perfuraram paredes e eletrodomésticos

Comércio e transporte público

Na parte da tarde, o comércio próximo à entrada para a Nova Brasília estava funcionando, mas forças policiais ainda estavam na rua que leva à Praça do Conhecimento. Recebemos informações de outros comércios que foram alvejados a tiros, dentre esses uma barbearia próximo a padaria da Nova Brasília.

No transporte público, a Av. Itaoca, que esteve bloqueada na parte da manhã, estava liberada, com a circulação de ônibus. A Estrada do Itararé também está com fluxo normal. O Voz das Comunidades entrou em contato com a Rio Ônibus para detalhar a movimentação dos coletivos que, na parte da manhã, tiveram que alterar seus itinerários. Até o momento da publicação deste material, a organização ainda não tinha respondido.

Apesar da violência, moradores das comunidades se reuniram em uma manifestação pedindo paz e o fim das operações que colocam suas vidas em risco. Por volta das 16 horas, os tiroteios cessaram em Nova Brasília, foco das operações no Complexo do Alemão, com a retirada das equipes da Polícia Civil. Entretanto, conforme apuração do Voz das Comunidades, equipes do CORE ainda se encontravam na região da Nova Brasília.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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