Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades
O futebol é muito presente nos diversos campos espalhados pelas favelas do Rio. A disputa de campeonatos dentro da favela são eventos muito queridos e tradicionais. No Campo da Ordem no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio, não é diferente. E a liga de futebol da comunidade vem fazendo sucesso, virando atração para moradores.
A liga de futebol da Penha vem agitando os finais de semana dos moradores da comunidade. O campeonato subiu de patamar nos últimos anos, após a reforma do tradicional Campo da Ordem em 2018, o terrão deu lugar ao gramado artificial, o que ajudou a melhor qualidade das partidas disputadas. A liga tornou-se tão cobiçada que times amadores de outras regiões do Rio estão indo participar do futebol na comunidade, sendo que atualmente a competição tem duas divisões.
A segundona é aberta para todos os times que desejam participar, apenas 3 times sobem. Na primeira divisão estão apenas aqueles times que conseguiram se manter no campeonato mais os 3 clubes vindos da Série B. Ao todo, quase 30 times compõem a liga, contando com o campeonato de masters, que também é realizado nos finais de semana.
Thiago Santos, de 35 anos, é um dos responsáveis pela organização do campeonato e fala sobre o torneio. “Aqui temos talvez uma das melhores ligas de favela do Rio. A organização faz a diferença, junto com o nível dos jogadores, porque criam uma vontade de jogar aqui. Os moradores abraçaram o campeonato, e as coisas foram acontecendo”.
E uma das pessoas que abraçaram o campeonato foi o morador do Complexo da Penha, Gil Silva, de 50 anos. Gil teve uma lesão no joelho que o afastou do futebol, mas a paixão pelo esporte fez com que não abandonasse totalmente a liga de futebol da Penha. Após a lesão, o morador começou por conta própria a transmitir as partidas de futebol na internet, criando o canal Jogador Famoso no Youtube, onde as partidas têm em média 100 telespectadores por rodada. “A liga tem uma qualidade muito grande em todas as suas divisões, e isso faz com que comece a repercutir. E vale a pena mostrar coisas boas da comunidade na internet além da violência, o que faço, e tudo no amor”.