O que faz da pessoa um líder? Ser líder é uma característica que não nasce junto com a pessoa, mas sim é aprendida e desenvolvida ao longo da vida. A arte de liderar é saber ajudar e promover melhorias para o seu círculo social, exercitando a responsabilidade e bem-estar coletivo.
Dentro das favelas da cidade do Rio de Janeiro, as lideranças têm ampla visibilidade em suas respectivas comunidades. São pessoas que buscam melhores condições de vida e de infraestrutura em suas regiões. São as principais identidades que servem de ponte entre a população e o poder público, sempre tentando entregar desenvolvimento nas mais diversas áreas para atender a comunidade.
Conforme a lei 11.257 de 2006, o Dia Nacional do Líder Comunitário é celebrado no dia 5 de maio. E desempenhar a função se caracteriza como um trabalho bem dificultoso, mas muito recompensador. Ser a voz de pessoas impactadas com problemas sociais, interagindo com parcerias e abordando questões pertinentes dentro de uma comunidade, exige tempo e muito diálogo com várias iniciativas.
Na comunidade da Nova Brasília, no Complexo do Alemão, Marco Valério Alves, conhecido como Marquinhos Pepé, representa a comunidade, assim com fez mutos de sua família. Seu pai, tio e avô atuaram como presidentes de associações de moradores e Marquinhos seguiu com a responsabilidade da função, sempre buscando soluções para problemas da Nova Brasília. “A gente faz um trabalho desempenhando o papel de uma subprefeitura aqui na nossa localidade. Tratamnos de cultura, água, esgoto, saúde, educação, segurança pública e outros setores. A associação dos moradores é um faz tudo dos órgãos públicos quando este não consegue atuar no local. Nós somos o elo entre a favela e as autoridades locais”.
Marquinhos explica que desempenhar a função de presidente na Associação de Moradores de Nova Brasília não é uma tarefa fácil. O que mantém a associação viva é a população da região. “Você tem que gostar do que faz. A gente sobrevive com o que o morador ajuda porque o que ajuda a associação são nossos associados. É a parceria do próprio morador que mantém o nosso lugar atuante. E para ser presidente, tem que gostar muito porque é bem difícil.
À frente da associação dos moradores do Morro do Itararé, Renato dos Santos, de 57 anos, mantém a prática cotidiana de sempre trazer o melhor para a comunidade. ”Ser presidente da associação de moradores é gostar de ser. Porque a dificuldade é muito grande e não temos o apoio do poder público. Então fazemos o papel dele. Atuamos com empresas privadas dentro da comunidade, Light, Águas do Rio e a própria Comlurb”.
Do Alemão para o Complexo da Penha
No Complexo da Penha, Marília Tavares, de 46 anos, vai para o segundo mandado à frente da Associação de Moradores da Chatuba. Ela enxerga a liderança comunitária como um papel essencial de busca pelo melhor para uma região. “Ser líder comunitário é representar a comunidade cobrando as polícias públicas para a melhoria de todos os moradores.” Indo ao encontro da declaração de Marquinhos, presidente da Associação de Moradores da Nova Brasília, Marília também defende que, para desempenhar a função, é necessário entender a grande responsabilidade e é preciso gostar da função para exercer o cargo. “Tem que amar o que faz, porque, muita das vezes, a gente faz uma correria para ver algo pra dentro da comunidade. É muito difícil. Então, assim é uma responsabilidade enorme que todo líder tem e muitas das vezes não somos reconhecidos”.
Assim, o Voz das Comunidades parabeniza estes líderes, sempre buscando o melhor para o seu círculo, atuando fortemente contra a exclusão e a favor de iniciativas urbanas, culturais, artísticas e sociais.