Justiça do Rio aprova o acordo entre o Governo do Rio e a SuperVia para a continuidade do serviço de trens; saiba mais

O documento define um período de transição de seis a nove meses para a implementação de uma nova gestão
Estação de trem da Supervia. Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

A Justiça do Rio aprovou o acordo entre o Governo do Estado e a SuperVia, garantindo a continuidade do serviço de trens e um processo de transição para uma nova administração. A decisão foi tomada na terça-feira (3). A concessionária continua em recuperação judicial, e o acordo define um período de transição de 6 a 9 meses para a transferência da operação dos trens urbanos da capital e da Região Metropolitana para uma nova operadora.

Durante o período de transição, está previsto um aporte de R$ 300 milhões por parte do Governo do Rio para a manutenção da operação dos trens e outros incentivos. Entretanto, a empresa se comprometeu a destinar R$ 150 milhões no mesmo período para o pagamento de seus credores.

Na decisão para seguir o acordo, o juiz Victor Agustin Diz Torres, da 6ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), aceitou a sugestão do Governo do Estado e da SuperVia para a nomeação de Cesar Ferraz Mastrangelo como observador durante a transição.

Além disso, o magistrado autorizou o governo a antecipar R$ 30 milhões, além do repasse regular de R$ 4,8 milhões do Bilhete Único, para garantir a manutenção do sistema ferroviário até que o aporte financeiro estipulado no acordo seja totalmente realizado.

Com cerca de 270 quilômetros de extensão, cinco ramais e 104 estações, a malha ferroviária do Rio de Janeiro transporta diariamente cerca de 300 mil passageiros. A busca por uma solução para a continuidade dos serviços foi motivada pelos problemas financeiros enfrentados pela concessionária.

Problemas financeiros

Em junho deste ano, representantes do Governo do Estado e da SuperVia se reuniram no Tribunal de Justiça do Rio para discutir um relatório elaborado por observadores especializados das empresas Tostes Consultoria e Alternativa Soluções e Projetos Financeiros. O documento indicou que a concessionária poderia manter o transporte ferroviário apenas até agosto de 2024, devido a problemas financeiros.

Naquele momento, a SuperVia, que estava em recuperação judicial, precisava de um aporte de cerca de R$ 120 milhões para garantir a operação até o final do ano. Agora, para continuar funcionando até 2024, serão necessários R$ 220 milhões.

Em paralelo, a Justiça do Rio concedeu uma liminar impedindo a empresa de interromper os serviços após a ameaça de paralisação em julho, que descumpria cláusulas contratuais. A Procuradoria Geral do Estado (PGE-RJ) entrou com ação alegando que a paralisação colocaria em risco o transporte e denunciou abusos e má-fé da SuperVia, além de responsabilizar a má gestão pela queda no número de passageiros.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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