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Intendente Magalhães: Escolas de samba da Rocinha, Santo Cristo e Santa Marta desfilam no primeiro dia da Série Prata

Escolas batalham para ir para a Série Ouro e desfilar na Sapucaí em 2025; duas irão subir
Foto: Whoissaana / Voz das Comunidades
Foto: Whoissaana / Voz das Comunidades

No primeiro dia de desfiles da Série Prata, na Estrada Intendente Magalhães, escolas de samba da Rocinha, Santo Cristo (representando Morro da Providência e Morro do Pinto) e Santa Marta deram um verdadeiro show. Com enredos diversos, a terça-feira de Carnaval (13) do público que estava presente na avenida foi repleta de histórias e muita cultura das agremiações das comunidades da Zona Sul e Zona Portuária. As escolas batalham para ir para a Série Ouro e desfilar na Sapucaí em 2025; duas irão subir. 

Associação Recreativista Escola de Samba Vizinha Faladeira

Considerada pioneira do samba, a escola de samba da Zona Portuária, existente há 91 anos, teve como enredo “O Cais da Resistência”. Trazendo Morro da Providência e Morro do Pinto em seu samba-enredo, a escola decidiu homenagear o Cais do Valongo, local mais antigo da região, redescoberto em 2011, que recebia africanos que haviam sido escravizados.

O carnavalesco André Tabuquine pontua que ali é uma região mágica. “Muitas coisas aconteceram. Queríamos passar para o público não só o sofrimento, mas também o que vivenciaram naquele lugar. As riquezas do legado que nos foi deixado, como a Tia Ciata”, conta.  

André Tabuquine é o autor do enredo da Vizinha Faladeira
Foto: Whoissaana / Voz das Comunidades

“Infelizmente, a história é muita coisa e é complicado passar em poucas alas. Mas conseguimos contar um pouquinho de cada uma. principalmente sobre a Mãe Edelzuita de Oxalá, que quando teve as escavações, jogou búzios para saber se eles estavam vivos. E, quando ela jogou, eles responderam. Imagine, depois de séculos, os orixás, inquices e voduns responderem à mãe de santo. Por isso, fazemos essa grande homenagem à obra do cais.”

Mocidade Unida do Santa Marta

A escola de samba da favela de Botafogo trouxe como enredo uma ode à alegria: “Sextou #É só sucesso”. Terceira a desfilar, o samba-enredo inicia com “Tião, diz aí, meu irmão / A semana acabou, qual é a boa?”, em uma canção que sucede com poesia e celebração da vida. 

Thay Oliveira é rainha de bateria do Santa Marta há quatro anos
Foto: Whoissaana / Voz das Comunidades

Thay Oliveira, rainha de bateria da Mocidade Unida do Santa Marta, está confiante que a escola vai para a Série Ouro. “Sempre muito confiante! O Santa Marta fez um desfile lindo, graças a Deus fizemos tudo certo. Ela ressalta que desfilar na Intendente Magalhães é sempre uma energia maravilhosa! “Já é meu quarto ano como rainha de bateria do santa e pretendo continuar por muitos anos!”

Acadêmicos da Rocinha

Penúltima escola a desfilar na avenida da Intendente Magalhães, a Acadêmicos da Rocinha entrou cerca das 6:20 da manhã. Sem perder nem um pouco da animação, o enredo ‘Pra não falar que não falei das flores’ é uma história de amor antiga da agremiação e trouxe à avenida flores naturais em seus carros alegóricos. A escola tem sete títulos no Grupo de Acesso e esteve no Grupo Especial em 2006.

Júlio Vidigal é diretor de Carnaval da Rocinha
Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

Júlio Vidigal, diretor de Carnaval da escola, explica que a escolha é uma reedição do samba-enredo de 1992.”Junta a historia da comunidade, com as flores, o aroma, o amor. Esse é um samba que é abraçado pela escola, que todo mundo canta. O mundo do carnaval conhece esse samba! É como se fosse o nosso hino. Então, para a Intendente vamos reeditar esse samba.”

Para ele, a expectativa de subir para a Série Ouro é grande, disse com firmeza.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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