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IBGE troca termo ‘Aglomerado Subnormal’ para ‘Favelas e Comunidades Urbanas’

Guilherme Simões, secretário de periferias do Governo Federal, comemorou a iniciativa do Instituto
Foto: Fábio Motta/ Estadão Conteúdo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) promoveu um seminário com o intuito de revisar os termos e conceitos associados às comunidades urbanas. Durante o evento, especialistas, representantes de movimentos sociais e acadêmicos se reuniram para discutir a adequação dos termos utilizados, visando uma representação mais precisa e inclusiva.

Na última quinta-feira , dia 28 de outubro, o IBGE realizou uma plenária para discutir e propor mudanças significativas nos termos e critérios utilizados para descrever as comunidades urbanas. Que foi apresentada uma nova nomenclatura, novos critérios e uma carta de compromisso, um documento que delineia as ações futuras do IBGE em favelas e comunidades nos próximos anos.

Cayo Franco, Coordenador de Geografia do IBGE, destacou a importância de atualizar os termos em uso, ressaltando que o termo “aglomerado subnormal” está vigente desde a década de 1980 “Estamos em um momento em que superamos o aglomerado subnormal porque ele traz algumas questões que são datadas e não representam os avanços da Constituição Federal (1988) e do Estatuto das Cidades (2001). Além disso, precisamos construir uma narrativa mais generosa com as áreas que estamos representando, buscando superar o paradigma da ausência e carência e incorporar a dimensão da potência destes territórios.” concluiu

Inicialmente, a nomenclatura sugerida para substituir “aglomerados subnormais” foi “favelas e assentamentos populares”. Mas, ao longo do encontro, o termo “assentamento” foi reconsiderado devido à sua associação frequente com ação estatal e por ser pouco conhecido entre os moradores das comunidades. O grupo de trabalho do IBGE sobre favelas e comunidades urbanas está  analisando as opções debatidas para determinar o novo termo.

Quais são os próximos passos?

Os próximos passos do encontro incluem construir um programa de trabalho, com a interação de diversas áreas do IBGE. Cayo Franco disse que discutiu demandas sobre o mapeamento de territórios: “A gente viu demandas claras sobre a questão de endereçamento, que envolve a parte do Cadastro Nacional de Endereços para fins Estatísticos (CNEFE). Vimos demandas de pesquisas específicas, de suplementos que tratem desses territórios, que são demandas que a gente vai ter que endereçar para a Diretoria de Pesquisas. A gente viu demandas que envolvem o mapeamento desses territórios e outras possibilidades de fazer representações territoriais, talvez usando indicadores sociais. Isso a gente vai ter que fazer também uma discussão dentro da diretoria de geociências junto com a diretoria de pesquisas”, concluiu.

Guilherme Simões secretário de periferias do governo federal comentou nas suas redes sociais sobre a “vitória da favela” com o IBGE ter tomado essa iniciativa “o nome “aglomerados subnormais” utilizado pelo IBGE é parte do passado! A partir de agora, falamos oficialmente em Favelas e Comunidades Urbanas! Somos o que somos e temos muito orgulho!”, destacou.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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