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Greve de educadores da rede estadual inicia nesta quarta-feira (17) no Rio

Greve foi aprovada em assembleia geral da categoria. que foi realizada no dia 11 de maio.
Greve dos educadores atinge alunos de escolas estaduais
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

A partir desta quarta-feira (17), escolas da rede pública estadual do Rio entram em greve. A informação foi emitida em nota pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEPE-RJ). Conforme o sindicato, a motivação da greve é a proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo estadual ser abaixo do piso nacional do magistério.

Leia também: Alunos sofrem com falta de mediadores nas escolas públicas do Rio

A nota emitida pelo SEPE-RJ informa que, atualmente, o Rio de Janeiro é o estado que paga o pior salário aos educadores. “Enquanto o piso nacional é de R$ 4.420, o professor de uma escola estadual tem um piso de R$ 1.588 como vencimento base (18 horas semanais).” A nota também informa que funcionários das instituições, como serventes e inspetores, recebem um piso menor que o salário mínimo (R$ 802). Confira a nota do SEPE-RJ na íntegra aqui.

Greve pegou alunos de surpresa

Cintia Melo, 42 anos, é assistente de vendas e mãe de Beatriz Melo, 15 anos, que está matriculada na rede estadual de Ensino, no Colégio Estadual Heitor Lira. Beatriz entra no colégio às 7 da manhã e estuda no horário integral. Nesta quarta-feira (17), a estudante encontrou apenas uma aula marcada marcada para às 9h. Conforme Cintia, somente um professor não aderiu à greve.

Cintia e Beatriz moram no loteamento da Nova Brasília e para chegar no Colégio Estadual Heitor Lira, que fica na Penha, a Beatriz precisa pegar dois ônibus. Sendo a aula de 50 minutos, Beatriz leva mais tempo se deslocando até a escola do que assistindo à aula. A mãe se preocupa com o futuro da greve. “Meu receio é que isso tudo venha prejudicar de alguma forma ela mais lá na frente. Vão querer correr com conteúdos e vão aplicar de qualquer jeito. E isso vai afetando a minha filha e milhares de estudantes e eles não tem culpa sobre nada disso. Lamentável o que estamos vivendo, nossos governantes não estão interessados.”, relata.

A greve dos educadores, segundo as autoridades

A Secretaria Estadual de Educação emitiu uma nota sobre a greve dos educadores da rede pública de ensino. O governo diz que respeita a decisão de greve dos profissionais e que caberá aos órgãos de justiça verificar sua legalidade.

Na nota, a Secretaria de Estado de Educação enfatiza que o aumento concedido pelo governo é o pagamento do piso nacional para todos os cargos e níveis do magistério que não recebem o valor correspondente ao piso nacional para 40h. A nota fala que essa era uma reivindicação antiga da categoria e ressalta que piso nacional não era pago desde 2015.

A nota também fala que a medida terá um impacto significativo para quase metade do funcionalismo. O governo defende que um professor docente II que cumpre 22h semanais, terá reajuste de 116%, passando de R$ 1.125,55 para R$2.431,30. No caso de um professor Doc II, que cumpre 40h, o salário terá um ajuste de 96%, passando de R$2.251,11 para R$ 4.420,00. O Estado alega que “desta forma, nenhum professor da rede estadual de ensino ganhará menos do que o piso nacional.” A nota encerra justificando que não há disponibilidade orçamentária e financeira para aplicação dos salários no momento, alegando que o Estado do Rio de Janeiro está em regime de recuperação orçamentária.

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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