Fundador do Voz das Comunidades há 18 anos atrás, Rene Silva palestrou para cerca de 50 pessoas na Casa Voz, no Complexo do Alemão, nesta quarta-feira (16). Ao contar sobre sua trajetória, ao lado de quem também fez parte da construção da ONG (Organização Não Governamental), Rene pontuou os desafios e triunfos do Voz desde 2005.
O que começou como um jornal comunitário produzido por crianças entre 9 e 12 anos se tornou uma instituição que impacta a vida de diversas pessoas faveladas nos segmentos de Jornalismo, Impacto Social e Eventos.
Geisa Pires, que está na instituição há 12 anos, é Coordenadora de Impacto Social e explicou como foi pensada a Semana dos 18 Anos do Voz: “Queríamos trazer pessoas que são referência no Jornalismo, Impacto Social e Eventos para uma troca mais próxima entre os moradores e essas áreas”.
Quanto ao dia dedicado à palestra de Rene Silva, que foi direcionada às lideranças comunitárias, projetos sociais e voluntários do Voz, Geisa ressalta que muita gente o conhece, mas nunca o ouviu falar sobre sua história. “Como ele é nosso fundador, a palestra tem como objetivo que as pessoas que nunca tiveram a oportunidade de ouví-lo, possam ver mais de perto o que ele imagina para os próximos 18 anos”, conta ela.
Rene Silva, durante a palestra, percorreu por todo o caminho que foi trilhado durante a construção do Voz das Comunidades. Enquanto morador do Morro do Adeus e estudante da Escola Municipal Alcide de Gasperi, em Higienópolis, ele criou aos 11 anos o jornal comunitário do Complexo do Alemão, movido à insatisfação com a forma que a favela sempre era retratada na grande mídia, contou.
“O objetivo é poder expandir o Voz das Comunidades por todas as favelas do Brasil e até da América Latina. Países como a Colômbia, por exemplo, também tem muitas favelas. Alguns países da América do Sul são lugares muito parecidos com o Brasil”, pontuou Rene.
Voluntária do Voz das Comunidades há menos de um ano, Samantha Millan, de 31 anos, é jornalista de formação e moradora da Penha. Ela conta que já acompanha o Voz desde 2011 e que sempre quis se envolver em algum trabalho, mas nunca conseguiu, por diversos motivos. Samantha chegou a fazer um vídeo no TikTok quando o episódio da sigla CPX virou um caos nacional, que viralizou
“Ouvir o Rene nessa palestra foi extremamente emocionante, visionário e inspirador. Ele é uma figura que está sempre presente, sempre do nosso lado, com muita humildade e não perde seus propósitos e a raiz de onde veio. Então, eu que sempre admirei o Voz de forma distante, agora de perto eu admiro muito mais”, relata Samantha.