Foto: Festival Imersivo das Favelas/Divulgação
Cada vez mais, o incentivo à inovação através das tecnologias afrofuturistas recebe espaço nas comunidades cariocas e em outras periferias Brasil afora, construindo um cenário de possibilidades e de oportunidades para produtores e artistas dessas regiões. Visando a amplificação dessa cultura nesses espaços, o Festival Imersivo das Favelas (FIF) realiza a sua primeira edição em agosto.
Em formato online e gratuito, o evento reúne jovens periféricos que atuam com propostas inovadoras nos dias 27, 28 e 29 de agosto e apresenta, como obra principal, o documentário “Na Pele VR” – o primeiro documentário em realidade virtual interativa produzido no Complexo do Alemão -.
Disponibilizando uma estrutura afrofuturista e focada em promover uma experiência presencial através da produtora Sete Léguas, os participantes acompanharão tal shows e workshops ao vivo sobre as possibilidades da realidade virtual. A iniciativa conta com a parceria da GatoMÍDIA e Coletivo Papo Reto e utilizará uma plataforma digital em 3D e com visão em 360°.
“A ideia após a criação do ‘Na Pele VR’ era fazer uma grande aparição no Brasil para chamar outros jovens negros e indígenas de periferias do Brasil a apresentarem suas produções visuais imersivas. Nós queremos ser um canal para abrir portas para esses artistas que são capazes de transformar a sociedade a partir de suas vivências e projetos”, explica a fundadora da GatoMÍDIA Thamyra Thâmara.
O evento tem apoio da Fundação Heinrich Böll Brasil e da Ford Foundation que, desde o desenvolvimento do documentário no Morro do Alemão, ajudam a financiar projetos que saem das periferias. Além disso, o Festival Imersivo das Favelas ainda tem a participação de convidados especiais, como o DJ Rennan da Penha, Nina da Hora e Alice Pataxó para conversar sobre tecnologias sociais, ancestrais, low tech e high tech, a partir das artes visuais e mídias imersivas.
“O time de apoiadores tem o propósito de inspirar, neste período de pandemia, jovens artistas e ajudá-los a realizar sonhos. Nadando contra as perspectivas de vida que apontam aos favelados, queremos dar oportunidades a adolescentes e adultos que têm medo da violência policial, de não conseguirem ajudar a família e de não poderem se sentir realizados com as coisas que gostam de fazer”, detalha Raull Santiago, fundador do Coletivo Papo Reto e um dos idealizadores do FIF.
O prazo para a submissão dos projetos aos interessados vai até o próximo sábado, dia 31 de Julho. Para participar, os inscritos devem ter de 17 a 30 anos e desenvolverem trabalhos contemporâneos que abordam artes visuais e tecnologias imersivas, como, por exemplo, projeção mapeada, 360º, 3D, programação, animação ou games, levando em consideração a estética afrofuturista através do Formulário do Google. A inscrição é permitida para artistas de todas as regiões do Brasil, desde que sejam indígenas ou negros, e moradores de periferias e zonas rurais.
O Festival Imersivo das Favelas será aberto ao público em geral, sem a necessidade de inscrição prévia. Além disso, pessoas que já possuem projetos focados na experiência da realidade virtual também podem participar. Basta entrar em contato com a produção do evento através das redes sociais.