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F20 reúne lideranças comunitárias para discutir demandas sociais e ambientais no contexto do G20

Lideranças de comunidades, ativistas e representantes de minorias participaram do painel do Favela 20 no G20 Social
Foto: Uendell Vinicius / Voz das Comunidades

Na tarde desta quinta-feira, o Favela 20 (F20) reuniu professores, ativistas e representantes do movimento indígena para discutir temas sociais e ambientais frequentemente ignorados em encontros globais. O F20 busca influenciar o G20 com demandas urgentes das comunidades marginalizadas. Mais do que um evento paralelo, o F20 representa uma tentativa de democratizar o debate sobre políticas internacionais, garantindo espaço para as vozes de quem vive essas dificuldades.

NO G20 Social, o F20 promoveu o painel “Favela 20: Redefinindo o Mundo nas Discussões Globais”. O painel contou com uma mesa de vozes que falaram sobre racismo, ancestralidade, diversidade, ativismo e promoção social para populações vulnerabilizadas. Com a mediação de Joice Bento, coordenadora de comunicação do F20, o painel foi composto por:

  • Tuany Nascimento: liderança social, bailarina das Cias. Rec e Suave, CEO da instituição Na Ponta dos Pés, uma uma organização social que forma jovens e crianças através da arte, cultura e educação.
  • Wescla Vasconcelos: Membro da Casa Nem, Wescla é ativista na luta pelos direitos LGBTQIAPN+. Ela é atuante na Geereência de Diversidade do Observatório Internacional das Juventudes.
  • Jonas Di Andrade: Professor, comunicador, escritor e ativista.
  • Mayara Goytaká: Pesquisadora no Programa ID Global do Instituto de Direito Global, focada em Transição Energética Justa para territórios indígenas e tradicionais. Indígena do povo Goytaká e aprendiz da Universidade Pluritécnica Indígena Aldeia Marakanã.
  • Ana Claudia: Ex-catadora do lixão de Gramacho, speaker do Tedx Pedra do Sal, Ana é artesã desde 2012, sendo CEO do Criações by Ana.
Foto: Uendell Vinicius / Voz das Comunidades

Durante o evento, Mayara Goytaká, ativista indígena, ressaltou a importância da demarcação de terras indígenas e quilombolas e a titularidade de terras para comunidades ribeirinhas e tradicionais. Ela destacou que, no Rio de Janeiro, há nove terras indígenas, mas apenas quatro estão delimitadas. Ela convidou o público a conhecer a Aldeia Maracanã, onde indígenas de várias regiões do Brasil estarão reunidos para o Congresso Internacional da Rexistência Maraka’nã que ocorre a partir do dia 15.

Para Mayara, espaços como o F20 permitem que comunidades compartilhem experiências e discutam suas realidades. Ela reforça a importância do diálogo: “Eu acho muito importante estarmos aqui, ter esses espaços, esses movimentos de incidência política, ainda mais vindos da nossa base. Espero que cada vez mais espaços como esse sejam criados, onde a gente consiga ocupar mais espaço e se unir em rede”, afirma.

Tuane Nascimento destaca a importância de que o G20 vá além de discursos e traga políticas concretas para as comunidades. “Eu espero que o G20 não seja só uma reunião de discursos vazios, mas que saiam políticas públicas reais que nos permitam viver com dignidade. Cultura é vida, é resistência”, afirma. Para Tuane, a cultura nas periferias é uma expressão de existência e resistência e precisa ser valorizada nas políticas públicas. “Quero que minha mãe me veja dançando e saiba que nossa cultura é respeitada”, acrescenta.

Desafios e Conquistas do F20

Gabriela Santos, cofundadora do F20 e diretora do Voz das Comunidades; E Erley Bispo, cofundador do F20
Foto: Uendell Vinicius / Voz das Comunidades

Gabriela dos Santos, cofundadora do F20 e diretora da Voz das Comunidades, vê o evento como uma oportunidade de levar as demandas das periferias para o cenário global. Ela considera o F20 uma “expansão de voz”, onde temas ignorados pelo G20 ganham destaque. “O F20 ressignifica uma história que está sendo contada aqui no território brasileiro. É sobre construir uma nova história, não só para o Brasil, mas levando essa mensagem para o mundo”, diz Gabriela.

Erley Bispo, também cofundador do F20, destaca o desafio de traduzir as demandas comunitárias para o contexto das políticas globais, enfrentando a complexidade do G20. Ele lembra que o F20 nasceu da necessidade de incluir vozes marginalizadas no debate global. “O F20 é uma força que exige a inclusão dessas pessoas no debate global. Agora, estamos com um sentimento de alívio pelo trabalho feito, mas conscientes de que ele continua”, afirma.

Já para Rene Silva, fundador do F20 e CEO da Voz das Comunidades, é de extrema importância de que essas recomendações reunidas no comuniqué sejam levadas a sério e não se tornem apenas mais um relatório entre tantos. “Queremos participar dessa construção e não apenas ser uma audiência. É sobre fazer parte, sobre não apenas falar, mas ser ouvido”, explica Rene.

Foto: Uendell Vinicius / Voz das Comunidades

O fundador do F20 acrescenta que, quando se fala em mudanças climáticas, as periferias sentem diretamente os impactos devido à falta de infraestrutura e políticas de prevenção. “Para nós, não é um tema distante. A falta de drenagem adequada, por exemplo, leva a enchentes frequentes em nossas comunidades. É sobre realidades próximas que queremos que o G20 preste atenção.”

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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