Pesquisar
Close this search box.

Estado insiste em blindados enquanto moradores do Alemão pedem água, luz e lazer

"Ninguém perguntou se queríamos cabine da UPP. A gente quer lazer, quer que não falta água, que tenha saneamento, que tenha caçamba de lixo e as praças sejam revitalizadas"
Moradores reclamam da falta de manutenção e revitalização do local.

O Voz das Comunidades esteve na antiga fábrica da Poesi, que agora é um conjunto habitacional, para entender as reais demandas dos moradores. A equipe de reportagem já esteve na região para conversar com moradores da região da Sem Saída, que viviam na expectativa que fosse construída uma quadra esportiva ou espaço recreativo no local. Porém, foram surpreendidos com a instalação de uma cabine policial. Mas afinal, como está aquela localidade?

Moradores da região da Sem Saída viviam a expectativa de que fosse construído no local uma quadra esportiva ou espaço recreativo. Porém, foram surpreendidos com a instalação de uma cabine policial. Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

Entrando por trás do colégio estadual jornalista Tim Lopes, na Estrada do Itararé a partir do número 690, já de cara é perceptível a falta de manutenção das praças, além de carcaças de carros abandonados e uma grande quantidade de mato toma conta da região. Próximo dali está localizado o espaço do CRJ Alemão, que atende jovens e crianças com cursos e atividades que se encontra fechado por conta da pandemia. Mais acima, falta de conservação, postes sem luz e outra praça abandonada, a que dá acesso ao mirante do Complexo do Alemão, um pólo comercial muito importante para lojistas.

É nítida a falta de conservação do parque. Brinquedos estão quebrados. O local está bem sujo. Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

Até esse trajeto não foi encontrado nenhuma papeleira da Comlurb, e sim um total abandono. Chegando ao Sem Saída é fácil se deparar com um espaço abandonado, que poderia ser um local de esporte e lazer para moradores. Alí está apenas uma cabine da UPP. Segundo moradores, há anos o local sofre com a falta de água, de manutenção do espaço e até de caçambas de lixos para que a coleta seja feita adequadamente. Moradores encontraram por conta própria um local para que o lixo seja recolhido.

Na Praça que é de acesso ao Mirante falta luz e conservação. Postes de luz não funcionam, deixando os moradores numa total escuridão. Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

Descendo pelo outro lado, mais dois parquinhos com brinquedos quebrados, enferrujados e sem manutenção. E muita sujeira, mais postes sem luz. Já na parte de baixo, moradores improvisaram uma caixa d’água para despejo do lixo.

Os próprios moradores se reuniram e colocaram uma caixa d’água para ter um local para jogar o lixo. Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

Conversamos com um morador, que não quis se identificar por questões de segurança, mas contou com a tristeza de ver o espaço se deteriorando. “Quando foi construído os prédios e entregues aos moradores foi um sonho. Esse local tinha tudo para ser um condomínio bem cuidado, preservado, com espaço legal para as crianças. Mas ninguém se importa, se não for os moradores capinando a área, isso aqui estaria com o mato alto. Ninguém perguntou se queríamos cabine da UPP, a gente quer lazer, quer que não falta água, que tenha saneamento, que tenha caçamba de lixo, as praças sejam revitalizadas. Pode escrever, perto das eleições vão querer pedir voto, mas e agora? Cadê o poder público para cuidar disso?”

“Ninguém perguntou se queríamos cabine da UPP. A gente quer lazer, quer que não falta água, que tenha saneamento, que tenha caçamba de lixo e as praças sejam revitalizadas”

Até esse trajeto não foi encontrado nenhuma papeleira da Comlurb nem caçambas de lixo. Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

A equipe de reportagem permaneceu no local até o anoitecer e verificou a total escuridão. Até mesmo quem precisa descer as escadas do condomínio precisa tomar cuidado, pois não tem luz, as lâmpadas não estão funcionando. A falta de conservação do local é um reflexo da total falta de gestão. Moradores precisam que suas demandas básicas sejam atendidas. Crianças precisam de um local de lazer. Água é um direito essencial de todos.

É difícil à noite para os moradores transitarem na localidade sem luz. Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

Sobre a falta de Manutenção nos Parques

Em nota, a Secretaria Municipal de conservação informou que em relação aos brinquedos, vai “enviar equipe para vistoriar e programar os reparos necessários”. Mas não informou sobre a manutenção da praça.

Sobre os lixos e a falta de caçambas e papeleiras

Ao ser questionada, a Comlurb no respondeu em nota que “a coleta está regular em todo o Complexo do Alemão, com a remoção de resíduos realizada duas vezes ao dia, de segunda a sábado, e no domingo pela manhã. A Companhia reitera o pedido para que os moradores não façam descarte em locais impróprios”. Ainda na nota, informa que mantém uma gerência de limpeza no local e que o corte do mato está programado para a próxima quinta-feira, dia 3 de setembro.

Sobre a falta de luz e manutenção dos postes

Até o fechamento dessa matéria a Rio Luz não respondeu ao Voz.

Os postes em sua maioria, estão quebrados ou apagados. Fotos: Vilma Ribeiro

Compartilhe este post com seus amigos

Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram
WhatsApp
casibom girişJojobetjojobetCasibom GirişDeneme Bonusu Veren SitelercasibomCasibomMarsbahisMeritking Girişpusulabet girişholiganbetBets10

EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

Contato:
[email protected]