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Entre saúde e afeto: amamentação como ato de amor e política pública

É mês do Agosto Dourado, mês de incentivo ao aleitamento materno, resolvemos ouvir mães do Vidigal e CPX sobre as políticas públicas sobre o tema que não chegam nas favelas
Francine, moradora da favela do Vidigal, segurando sua filha de 10 meses, Dandara Foto: Igor Albuquerque / Voz das Comunidades

O aleitamento materno é vital para a saúde e desenvolvimento das crianças, além de ser uma forma de salvar vidas infantis. Políticas públicas que incentivem e valorizem essa prática são essenciais, assim como a criação de ambientes favoráveis que fortaleçam o aleitamento.

Este mês é marcado como o “Agosto Dourado” no estado do Rio de Janeiro, dedicado à valorização do aleitamento materno. A cor dourada está associada ao padrão ouro de qualidade do leite materno, fundamental para a saúde e o desenvolvimento de bebês e crianças.

A proteção, promoção e apoio à amamentação são cruciais e de responsabilidade tanto no nível institucional quanto no individual. No entanto, políticas de valorização da amamentação voltadas para pessoas que amamentam crianças em favelas são raras.

Francine Castro, de 39 anos, moradora do Vidigal, mãe de Breno, de 22 anos, e Dandara, de 10 meses, nunca viu políticas de incentivo à amamentação na favela onde nasceu e foi criada. “Nunca vi no posto de saúde, nem na Clínica da Família. No meu primeiro filho, quem me orientava era minha irmã e minha mãe com seus ensinamentos sobre peito empedrado”. Essas informações só foram fornecidas durante o segundo pré-natal, em uma instituição federal. “Essas informações sobre amamentação chegaram através da Maternidade, foi específico da unidade, mas na atenção básica não.”

Do alto do Morro da Nova Brasília, Julia e seu filho, Gael, de 7 meses
Foto: Uendell Vinicius / Voz das Comunidades

O leite materno fornece anticorpos ao bebê, protegendo ele contra doenças, como diarreia e infecções respiratórias. A amamentação também é essencial para o desenvolvimento facial da criança, promovendo dentes fortes, desenvolvimento da fala e boa respiração.

Júlia Mourão, de 18 anos, moradora de Nova Brasília, Complexo do Alemão, ao contrário de Francine, fez seu pré-natal na Clínica da Família e revelou que não recebeu orientação sobre a amamentação. “Sempre soube através da minha mãe, senti falta. Sobre o bico do peito rachar e sangrar, ninguém me contou que isso poderia acontecer”, disse a mãe de Gael, de 7 meses.

A equipe do Voz das Comunidades conversou com Renata Souza, autora da Lei nº 9398 de 10 de setembro de 2021, que está esperando sua primeira filha, Rubi, sobre a realidade das favelas do Rio de Janeiro e a ausência de políticas públicas para fortalecer a amamentação. “Ainda enfrentamos uma realidade de falta de acesso à informação sobre o valor nutricional e afetivo da amamentação, que cria um forte vínculo entre mãe e filhos. Essa falta de informação gera preconceitos infundados contra o aleitamento, que só traz benefícios para a criança e para a mãe”, revelou.

“Nenhuma mulher deve se sentir envergonhada de dar o peito ao seu filho. Nenhuma mulher deve sofrer qualquer forma de constrangimento ou intimidação por amamentar o seu bebê.” – Renata Souza.
Foto: Uendell Vinicius / Voz das Comunidades

A amamentação é um processo fundamental, sendo o alimento ideal para o bebê nos primeiros seis meses, tanto pelas suas qualidades nutricionais quanto pela proteção contra doenças.

“É para além de só amamentar, eu vejo o amor nos olhos dele. É um momento mágico.” – Julia Mourão 

“Queria muito que essas informações chegassem até nós. Precisamos de alguém que tome partido para trazer informações.” – Francine Castro. 

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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