‘Deep fake’, o que é isso? Se você usa internet, deve ter visto em alguma rede social, vídeos manipulados e pensou: “será que isso é verdade”? Mesmo que algumas vezes seja feito “por brincadeira”, conteúdos falsos podem gerar desinformação.
Na tradução livre, o termo em inglês deep fake significa “profundamente falso”. Esse tipo de conteúdo tem ganhado ainda mais força devido ao uso de inteligência artificial (IA) e de manipulação de imagens. Geralmente, golpistas usam rostos muito conhecidos para terem credibilidade nesses conteúdos, embora sejam falsos. Um exemplo recente de deep fake é a foto do ministro do STF Alexandre de Moraes beijando o presidente Lula. O conteúdo “viralizou” nas redes sociais depois que o ministro solicitou o bloqueio da rede social X (antigo twitter).
Outra prática comum é copiar a identidade visual de jornais para passar conteúdos falsos. De acordo com o Relatório de fraude de identidade Sumsun 2023, o Brasil é o país com maiores números de fraudes sofisticadas, ou seja, feitas a partir do uso de inteligência artificial.
Mas o que levam as pessoas a acreditarem nesse tipo de conteúdo? A advogada Samara Castro, especialista em direito eleitoral, em entrevista ao jornal Maré de Notícias, explica que os golpes estão mais sofisticados pela engenharia social, que é a habilidade de se aproveitar da nossa vontade de ser beneficiado por algo. Ou seja, pessoas mal intencionadas criam conteúdos falsos para convencer quem já tem tendência de se interessar pelo conteúdo manipulado.
Essa prática ganha uma ajuda extra dos algoritmos das redes sociais, que são responsáveis por direcionar o conteúdo para o público. E essas redes acabam sendo a fonte principal de informação de muitos usuários, devido a desigualdade no acesso à internet no Brasil. De acordo com o DataSenado, em uma pesquisa de 2019, do total de 2.400 pessoas ouvidas, 98% disseram usar a internet principalmente pelo celular e 79% afirmaram que o WhatsApp era sua principal fonte de informação. A pesquisa mostra ainda que quanto mais jovens são os entrevistados, mais se informam pelas redes sociais.
A justiça eleitoral criou em 2020 a página Fato ou Boato – um canal de verificação de desinformação. No site, há vários projetos que realizam checagens e também dicas de como verificar conteúdos. A iniciativa faz parte do Programa de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral. O Voz das Comunidades também faz checagem de notícias no nosso portal www.vozdascomunidades.com.br.
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