Em nova audiência do caso Ágatha Felix, morador e dois policiais militares são ouvidos pela Justiça

Ágatha foi morta em setembro de 2019 por um disparo de arma de fogo; sessão durou cerca de 1h30
Foto: Felipe Cavalcante/ TJRJ
Foto: Felipe Cavalcante/ TJRJ

Na tarde desta quinta-feira (03), o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro realizou a segunda audiência a respeito do caso da menina Ágatha Felix, morta em setembro de 2019 por um disparo de arma de fogo do policial militar Rodrigo Soares no Complexo do Alemão, na região mais conhecida como Fazendinha, Zona Norte do Rio.

Justiça ouvindo morador do Alemão e PMs

No julgamento de hoje, a sessão ouviu o testemunho de três pessoas. Entre elas, a de defesa Thiago, que reside na região em que a Kombi que a criança estava alocada foi atingida e, consequentemente, acertou Ágatha. O morador da Fazendinha detalhou para o judiciário o mesmo depoimento colhido em 2019. Nele, ele ressalta que não houve a presença de troca de disparos na região e, ainda, afirma que não havia pessoas armadas na motocicleta que passou pelos agentes de segurança, indo na contramão da versão dos militares.

Além de Thiago, a juíza escutou o depoimento de dois policiais militares, Bruno de Souza e Alanderson Ribeiro, que trabalhavam juntos com o réu Rodrigo na época. Nessas testemunhas, a advogada, representante do Ministério Público do Rio de Janeiro, encontrou posicionamentos diferentes do ano de 2019. Alanderson, por exemplo, na época da morte da menina, registrou no retorno à DP a confirmação de troca de disparos com os integrantes que passaram na moto.

De acordo com o policial, dois “elementos” (palavra utilizada por ele) passaram armados e, logo após, começou a troca de disparos. No depoimento de hoje, dia 3 de março de 2022, ele retirou a declaração antiga, dizendo que “presumia” que tinha sido isso. Na nova versão, Alanderson comentou que lembra da motocicleta, mas que não viu se havia pessoas armadas nela.

Foto: Reprodução/Internet
Foto: Reprodução/Internet

Mais uma nova audiência

Depois de 1h30 de sessão, a juíza confirmou uma nova audiência para o dia 28 de março, pois o Ministério Público encontrou mais uma testemunha de acusação. Além disso, a defesa do réu também contará com o depoimento de mais dois policiais militares.

Intervenção por justiça

Do lado de fora do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, amigos, familiares e pessoas identificadas com o caso da Agatha Felix realizaram uma intervenção solicitando justiça pela menina.

Segundo a reivindicação no local, a política atual de segurança pública transforma em estatísticas as vidas de pessoas negras e de origem favelada.

Enquanto aguardam a continuidade do julgamento de Agatha Felix, amigos, familiares e pessoas identificadas realizam uma intervenção em frente ao tribunal.
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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