Às 13h47 familiares e membros da Imperatriz Leopoldinense iniciaram a caminhada para o sepultamento de Maria Helena, que faleceu neste domingo (20), aos 76 anos. Antes, por volta de 9h, na quadra da escola, diversas homenagens foram prestadas à ela durante o velório.
Cantando sambas-enredo, em homenagem à porta-bandeira que se manteve no posto de 1983 a 2005, as ruas do Cemitério de Inhaúma se encontravam lotadas em verde e branco, as cores da escola de samba.
Quando o relógio marcou 14h, a multidão parou e o silêncio tomou conta até que mais um canto se fez, com muitos batuques e palmas, em uma cerimônia que emocionou a todos que estavam presentes.
“Quando o surdo toca, ela atende. A escola chora mas também aplaude a sua história em um último adeus. Aplausos a quem já fez de tudo, aplausos à nossa história. À Maria Helena, nossa porta-bandeira”, homenageou Alexandre D’Mendes, intérprete da Unidos de Manguinhos. “A imperatriz fica aqui e você assiste lá de cima!”, declarou ele.
No Carnaval deste ano, a Unidos de Manguinhos irá homenagear a eterna porta-bandeira. O samba-enredo “Maria Helena – A Imperatriz da Passarela”, feito especialmente para ela, também foi interpretado a plenos pulmões:
“No bailado da nobreza,
Que inebria o coração.
Maria, ao desfilar a alegria,
transborda energia, ao mostrar seu pavilhão.
Menina, mineira, guerreira,
Carrega na pele as marcas da luta…
Sofreu, mas não se abalou,
Voltou a perseverar.
Nessa cidade festeira
Surge uma estrela a brilhar!”
Nas últimas palavras dos presentes, houve uma oração em despedida. Ao fim, muitas palmas para quem se foi em corpo, mas permanece em memória e legado.