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Em ato de resistência, JCRÉ Facilitador promove desfile de moda no Museu do Lixo

O evento reuniu jovens talentos da favela e contou com 13 modelos de territórios favelados e periféricos, que vestiam a coleção sustentável de Almyr França
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Para fechar o mês da Consciência Negra, o instituto JCRÉ Facilitador, que oferece formação técnica e visão empreendedora para jovens e adultos do Jacarezinho, realizou um desfile de moda no Museu do Lixo, em Maria da Graça, Zona Norte do Rio, nesta terça-feira (29). O evento reuniu jovens talentos da favela e contou com 13 modelos de territórios favelados ou periféricos que vestiam a coleção sustentável de Almyr França, estilista e coordenador da Escola Ecomodas, que celebra os 60 anos do jeans.

Júlio César da Silva, fundador e presidente da JCRÉ Facilitador, reflete sobre seus primeiros contatos com o mundo da moda. “Eu via Naomi Campbell em cima da passarela. Uma mulher negra e ícone de beleza internacional. E eu não via negro em cima da passarela porque tudo era andrógeno, tudo era branco, não tinha cor a passarela; as marcas queriam contar uma história que era distante de preto, pobre e favelado.”

Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

O presidente da JCRÉ Facilitador pontua ainda que o objetivo é mostrar as potências que tem dentro do Jacarezinho que, há nove meses, está sofrendo com a intervenção militar. “Nós queremos mostrar o belo, o preto, porque, se eu fico vinte e quatro horas falando que um lugar tem tráfico, eu não tô combatendo ele, aquilo não fomenta, não fortalece. Aquilo não combate. Aquilo aumenta o índice de criminalidade”, afirma Júlio. 

A modelo do Jaca, Mariana Lopes, de apenas 18 anos, conta que conheceu o Júlio quando tinha 15. “Eu gostei muito de participar do desfile de hoje. Eu acho que vai ajudar muito também, até porque também foi para ajudar a JCRÉ a se manter e ter mais visibilidade. Tem muitas pessoas que realmente conseguem brilhar, então eu acho que o que falta para a gente é realmente visibilidade.”, comenta Mariana.

Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Pedro Lopes, assistente criativo do Ecomodas e do estilista Almyr França, diz que vê Júlio como uma resistência. “A gente pensa a moda com base no reaproveitamento. E é uma coisa que não é fácil, né? As pessoas não querem vestir uma roupa de retalhos, uma roupa emendada, elas querem a Dior. Essa coleção é em homenagem aos 60 anos do jeans no Brasil. E a gente pensou tudo com base no reaproveitamento que é o grande barato do projeto. Você olha e pensa ‘é uma coisa que seria descartada no lixo’”, explica Pedro. 

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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