Ler e escrever, ainda que seja algo básico para o cotidiano, impacta diretamente na vida de muitas pessoas que não tiveram oportunidade de estudar. Enfrentar o mundo sem entender letras e números vira uma tarefa cotidiana difícil e sempre é necessário algum auxílio para certas situações.
Ainda que o analfabetismo atinja boa parte da população, nunca é tarde para aprender a ler e escrever. Iniciativas como a Tia Bete, com o Projeto Cultural Oca dos Curumins, fazem a diferença para jovens e adultos que não tiveram oportunidade de estudar quando eram crianças, principalmente quando a pessoa já é idosa.
Um exemplo disso é a costureira Edneusa Leite da Silva, de 64 anos. Moradora do Complexo do Alemão, Dona Edneusa é aluna da Tia Bete há 2 anos e vai às aulas duas vezes por semana. Já preenchendo o segundo caderno com letras, sílabas e palavras novas, ela se emociona ao comentar a respeito das descobertas com o novo aprendizado.
“Eu não sabia ler nada. Só sabia assinar meu nome. Aí comecei a estudar, saber e escrever letras… Tem muita coisa que eu ainda não consigo ler, mas quando eu consigo, fico toda contente.”, afirma ela ao mostrar os cadernos com exercícios corrigidos pela professora.
Dona Edneusa, antes, relata que tinha dificuldades para fazer compras, mas depois que começou os estudos, já consegue se virar melhor. “Eu ia no mercado e pedia ajuda das minhas filhas que sabiam ler tudo. Mas agora, por exemplo, nome de remédio, eu já escrevo em um papel e levo”, conta.