Foto: Acervo Pessoal
Daniel Dhonata é morador do Morro do 18, comunidade da Água Santa, que fica na divisa entre a Zona Norte e Oeste do Rio. Ele usa artes marciais como meio de transformar a vida de outros moradores da localidade. É uma forma de retribuir tudo aquilo que o esporte fez em sua trajetória.
Ainda criança, Daniel conheceu o universo das artes marciais e, desde então, não saiu mais. Hoje com seus 20 anos, ele devolve tudo aquilo que conseguiu aprendeu através do esporte. O nome do seu projeto faz menção ao apelido que foi batizado. “Eu fui nomeado ‘o menino mais forte que o mundo’. Daí, veio a inspiração ‘projeto mais forte que o mundo’. Com isso, de dentro dele possa surgir um novo José Aldo, ou até mesmo algum Daniel Dhonata”, falou o atleta.
Com apenas 7 anos, Daniel começo nas artes marciais. Isso aconteceu por conta do “bullying” que sofria na escola, ao ser chamado de “gordo. Isso o desanimou e deixou de praticar outro esporte que é o Judô. Alguns anos depois, começou a fazer Muay Thai. Sua jornada desde então foi de altos e baixos. Precisou abandonar os treinos algumas vezes e arrumar um outro emprego remunerado para ajudar nas contas de casa. Mas, não conseguiu dar certo fora dos tatames.
Com o nascimento da filha, quando tinha 15 anos, precisou mais uma vez buscar algo para ajudar nas despesas. “Quando minha filha nasceu eu parei de treinar 3 vezes. Fui trabalhar em lanchonete, cozinha e farmácia, mas eles disseram que eu não levava jeito”, comentou o atleta.
O projeto Mais forte que o Mundo
Nesse difícil percurso, Daniel teve o apoio de professores de outros lugares para abrir e coordenar um projeto social. Ele acabou adotando a categoria do MMA como nova modalidade, o que foi um divisor de água na sua carreira. Já à frente do projeto, Daniel usa sempre sua vida como maior exemplo, para seus alunos, de como é necessário valorizar cada coisa boa na vida, já que ele mais do que ninguém, entende das dificuldades existentes.
“Carrego uma frase que é ‘valorizem os troféus, mas não se esqueçam do verdadeiro sentido do cinturão da vida, que é você ser o milagre’. Um jovem que vem de um lugar onde não tem recurso e mesmo assim conseguir dizer não para as drogas, é um milagre. Larga seu passado, para construir uma nova história”, comentou o atleta.
Atualmente, o projeto, que fica na rua Clarimundo de Melo, número 197, conta com 130 pessoas, entre crianças, adolescentes e colaboradores. Para o decorrer de 2021, o mais difícil foi realizado, que é estender a continuidade do projeto após a pandemia. Agora a equipe comandada por Daniel pretende voltar 100% aos treinos e em breve também disputar competições. Para conhecer o projeto basta acessar suas redes sociais, @projetomaisfortequeomundo.