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Crias do Conjunto de Favelas da Maré mudam sua história através da arte de confeitar e ganham reality show

Vencedoras do Reality Show 'Que Seja Doce', do canal GNT, empreendedoras encontraram na confeitaria sua independência financeira
Campeãs do Reality Que Seja Doce, do canal GNT. Foto: Reprodução

Lohrany Martins, de 28 anos, e Débora Moreira, de 31 anos, ambas criadas no Conjunto de Favelas da Maré, localizado na Zona Norte do Rio, tiveram suas vidas conectadas através da confeitaria.

Fundadora da Escola de Confeitaria KML Confeitarias, localizada no bairro da Ilha do Governador, Lohrany criou a escola para atender e formar principalmente mulheres pretas de favela que vivem ou viveram um relacionamento abusivo. “Eu vivi isso na minha história e a confeitaria me salvou de fato. Desde então, comecei a dar aulas em ONGs e projetos até que em 2019 abri minha própria escola. Hoje tenho mais de 4 mil alunas formadas e trabalhando”, conta Lohrany.

A paixão pela confeitaria surgiu assistindo sua vó e bisavó fazer doces e salgados, mas nunca foi um sonho. Ela conta que o amor por essa profissão surgiu por uma necessidade de ganhar sua independência. “Vivi um relacionamento abusivo com o pai dos meus três primeiros filhos. Era um relacionamento com agressões, a necessidade de não depender financeiramente dele me fez ter vontade de encontrar minha própria renda, e uma forma de começar em casa podendo está próximo dos meus filhos. Comecei a fazer bolos em casa e conquistar minha independência financeira em 2017. Em 2018, após não estar dentro dessa relação e ter conseguido conquistar minha independência, tive uma ideia de começar a ensinar dentro de uma ong na Vila do João e aí começou minha história como instrutora. Dois anos após abri minha própria escola”, relata a confeiteira.

Foi em sua escola de confeitaria que Lohrany conheceu Debora Nascimento, que cresceu vendo sua mãe fazer bolos de aniversários e logo depois começou a ajudar nas encomendas. “Lohrany encontrou minha mãe na rua e em uma conversa ela falou da escola e nos matriculamos para aperfeiçoar e aprender novas técnicas. Durante o curso, Lohrany enxergou potencial em mim e assim começamos uma amizade além do profissional”, conta Debora.

A parceria deu tão certo que, depois de participar de exposições e eventos, Lohrany decidiu se inscrever no reality show ‘Que Seja Doce’, do canal GNT, e não pensou duas vezes ao chamar Debora para ser sua auxiliar. “Lohrany queria se inscrever e perguntou se eu topava participar desse desafio com ela e eu super topei. Fizemos nossa inscrição e a cada processo seletivo que a gente passava, a gente já comemorava”, relembra Debora.

Lohrany e Debora no reality show. Foto: Reprodução

As duas confeiteiras da Maré foram campeãs da edição de 2024 do reality. Lohrany lembra que no dia das gravações ela saia de casa convicta que iria ganhar aquele programa. “Todas as dificuldades me levaram até ali e eu dei o meu máximo para ganhar. Nos dedicamos muito, treinamos muito e com muita fé nós ganhamos. Foi uma felicidade muito grande levar o troféu para casa, pela minha história e pela história dos meus antepassados “, conta a confeiteira.  

Lohrany e Debora saíram da Maré para as telas do Brasil inteiro, provando que existe sempre um recomeço. E no caso delas, foi um recomeço doce e carregado de sucesso. Para acompanhar o trabalho das confeiteiras, siga elas nas redes sociais:

Lohrany Martins
@kmlconfeitaria

Débora Moreira
@maosdedebora

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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