A arte é uma das potências mais presentes na vida dos moradores nas favelas cariocas. Através dela, é possível explorar e dar visibilidade para todas as experiências vivenciadas no cotidiano favelado. É utilizando esse mecanismo artístico que Johny Alexandre Gomes, mais conhecido como Jota, de 20 anos, descobriu um talento que transformou a sua vida: pintura de quadros.
Antes de perceber tal habilidade, Jota trabalhava como ajudante de pedreiro com o seu tio. Hoje, e após incentivo diário de um amigo, o artista do Complexo do Chapadão, Zona Norte do Rio de Janeiro, inaugura a sua primeira exposição de quadros de obras com todas as telas vendidas.
“Esse amigo foi a primeira pessoa a apostar no meu talento. Não só me incentivou a pintar, como comprou meus dois primeiros quadros. Eu mesmo não acreditava muito. Mas ele achava que um dia eu ia ficar famoso”, comenta Jota.
Com uma arte que relembra os traços do cotidiano dos moradores das comunidades cariocas, a sua primeira exposição individual tem a curadoria de Pablo León de La Barra, curador para a América Latina do Museu Guggenheim. Com o título de ”Eu vim de lá”, os trabalhos seguem em cartaz até 3 de outubro no MT Atelier, na Lapa, Rio de janeiro, com todas as 25 telas vendidas previamente.
“Era o que tinha em mãos ou que o dinheiro dava para comprar. Não pintava com intenção de ganhar nada. Era hobby. Ia jogando no Instagram, e um dia um colecionador me procurou querendo comprar todas as minhas telas. Fiquei felizão”, relembra o artista.