Foto: Twitter Time Brasil/Divulgação
Na vida de Ygor Coelho, de 24 anos e principal atleta do Brasil no jogo de Badminton, o esporte olímpico é um divisor de águas em sua vida. Revelado em um projeto social criado pelo próprio pai na comunidade da Chacrinha, Zona Oeste do Rio, o jogador encarou o mundo e os desafios através da modalidade. E, graças ao esporte, hoje mora na Dinamarca e faz parte da história do país nos Jogos Olímpicos.
“Foi tudo pelo objetivo de chegar bem a Tóquio e obter um resultado histórico. De 2016 a 2017 não havia mais atletas para compor a seleção. Eu mesmo fui para a Europa e cheguei a ser o número 30 do mundo. Vi que fora do país é mais competitivo. Foi quando eu me convenci que, pensando nas Olimpíadas, o melhor era vir para cá.”
Para quem não conhece, o Badminton é um esporte jogado individualmente ou em duplas, em uma quadra dividida por uma rede no meio. A modalidade possui características semelhantes com o Tênis. Porém, é jogado com raquetes e, ao invés da bolinha amarela, eles rebatem petecas. E, para Ygor, essa prática possui um valor mais especial: viajou ao mundo atrás de desafios esportivos e conheceu a sua esposa, Karine Coelho.
“Eu tenho orgulho. Deixei no lugar onde nasci exemplo de quem sonha, quem trabalha pode conseguir. Se aconteceu comigo, pode acontecer com mais pessoas. Eu sonhei com os Jogos Olímpicos”, comenta.
Ygor Coelho conquistou a primeira vitória olímpica do Brasil na modalidade na última segunda-feira (26), quando enfrentou Julien Georges Paul, das Ilhas Maurício, e venceu por 2 a 0. Apesar da partida de estreia histórica, o jogador não conseguiu ganhar do japonês Kanta Tsuneyama, em partida disputada ontem (28), e avançar para as oitavas de final nas Olimpíadas de Tóquio. Porém, o segundo lugar na classificação do grupo é uma marca histórica do país em Badminton.
Atualmente, o atleta vive na cidade de Aarhus, na Dinamarca, e planeja seguir no país pelos próximos anos, aprimorando a sua habilidade esportiva com outros jogadores de Badminton. Com maestria, Ygor Coelho representa o país em competições internacionais há anos. Em 2019, no Pan-Americano de Lima, no Peru, o atleta foi medalha de ouro.
“A comunidade precisa de exemplos, de lideranças que mostrem que existe um caminho. Porque eu tenho amigos que cresceram comigo e viraram bandidos, foram para o tráfico. Alguns morreram. Então os jovens precisam saber que há alternativas”, expõe.