Conheça Albarte, artista plástico do Complexo do Chapadão que tem arte exposta no Museu de Arte do Rio

Albarte também tem projeto de coletivo artístico e social “Mobilização Marginal”
Foto: Ronney Barbosa / Voz das Comunidades

Raphael Albuquerque, mais conhecido como Albarte, tem 25 anos e é morador do Gogó do Chapadão, em Guadalupe. Filho da costureira Fabiana Albuquerque, Albarte conheceu a arte em 2008 quando sua mãe produzia fantasias de grupos de bate bola para o carnaval. Participando das saídas dos grupos, o artista foi se apaixonando pelo mundo artístico. “Comecei a sair de bate bola e minha mãe fazia as fantasias pra mim. A primeira vez que entrei num barracão eu vi várias tintas, glitters e panos, e nesse momento eu vi que podia produzir também. Então, eu bem novo já estava no barracão produzindo bate bola, foi o meu ‘start ’pra me ver como artista”, Albarte comentou que depois do seu ‘start’ começou a estudar desenhos e pinturas de forma independente.

Em 2016, o artista fez seu primeiro curso de desenho e após 6 meses do curso ele já virou professor onde atuou na profissão por 2 anos. Logo já iniciou a produzir suas obras para manter sua vida financeiramente.

Atualmente, o artista plástico produz suas obras com pinturas a óleo e pintura digital, individualmente e independente. Raphael também faz faculdade de pintura na Escola de Belas Artes na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Arte no Museu e projeto no papel

Albarte foi um dos artistas selecionados para sua obra de arte ser exposta no Museu da Arte do Rio, que iniciou no dia 24 de setembro deste ano. A exposição “Funk: Um grito de ousadia e liberdade” ficará disponível até 24 de agosto de 2024 “Tem muitos artistas grandes nessa exposição, e eu fui um dos escolhidos. A minha obra foi feita em 2021 onde eu falo de ‘MGH’, um evento sobre Manguinhos. Esse museu é muito importante, é algo muito grande eu estar participando dessa exposição”

O artista e cria de favela já fez 3 editorias dentro do Complexo do Chapadão onde reúne jovens de periferia para conhecer um pouco de arte e cultura. Em um de seus editorial “A infância em contraste” foi feito em 2022 na biblioteca Paulo Freire que fica no Chapadão, onde os modelos eram as crianças de favela e no final o artista deu uma aula sobre a arte.

Em janeiro do ano que vem, Albarte já está preparando a quarta exposição editorial de suas obras que vai ser dentro da comunidade no Gogó do Chapadão. A obra vai ser aberta ao para pessoas da comunidade.

Além do seu talento, Albarte também tem um projeto de coletivo artístico e social onde ele traz a possibilidade de conhecimento cultural para jovens da favela. A Mobilização Marginal foi fundada em 2020 na pandemia pelo artista e mais 2 amigos, onde juntos venderam suas obras artísticas e fizeram doações de cestas básicas para as pessoas que precisavam.

O artista hoje tem o sonho de crescer com o projeto em um espaço maior onde possa produzir melhor suas obras e também dar aula de desenho e pintura para os jovens de sua comunidade “O intuito desse coletivo é poder ajudar com cestas básicas e também gerar conhecimento para as pessoas da comunidade. Aqui na favela é muito difícil encontrar artistas plásticos, eu mesmo não tinha referências e poder trazer um pouco de cultura, arte para as pessoas daqui já é um passo”. Albarte disse que pretende abrir no ano que vem um ateliê no ‘Coletivo Coé’ que fica na Rua Javatá, no Complexo do Chapadão. E também espera conseguir parceiros para ajudar a manter o custo do espaço e dos jovens.

Se você gostou de conhecer a história do Artista Plástico e quiser saber mais sobre seus trabalhos, basta entrar em seu Instagram @alb.arte.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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