O clima de tensão prevalece nos becos e vielas da Fazendinha, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio. Na última quarta-feira (12), uma ação policial resultou em 9 horas de tiroteio. Mesmo com o “fim” da incursão, o caveirão ainda circula na comunidade.
Segundo relatos de moradores, o caveirão estava há cinco dias na localidade. Na maior parte do tempo, o blindado ficou estacionado em frente aos comércios da rua Antônio Austregésilo, esquina com a Nossa Senhora da Glória, na localidade conhecida como Esquina do Birosca. “A gente queria entender o porquê de ter um caveirão parado se não tem operação. Isso só causa medo em nós moradores e dificulta o comércio”, diz morador que prefere não se identificar.
De acordo com a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar, “os veículos blindados fazem parte da frota da corporação, sendo empregados sempre que for definida a necessidade”.
As consequências das ações no Complexo do Alemão
Durante o confronto da quarta passada, aconteceu de alvejarem um transformador de luz. Logo, o local ficou 4 dias sem energia. A Light afirmou que não entraria na comunidade enquanto o veículo blindado da Polícia Militar estivesse no local. Entretanto, sábado (16) realizaram os reparos. Pois, moradores conseguiram articular a subida do caminhão da companhia, junto ao presidente da Associação de Moradores da Fazendinha e ao Sr. Aníbal (representante da Light na região).
Comerciantes da Fazendinha relataram que houve uma queda de 70% das vendas devido à situação instável da segurança. Alguns lojistas fecharam os estabelecimentos com receio de que a qualquer momento possa ter tiroteio. “A gente faz um apelo para que os lojistas voltem a trabalhar, que as pessoas voltem a ter recursos financeiros. Funcionários têm sido prejudicados com essa situação”, desabafa um comerciante local.
Histórico de terror
A rua é uma das principais vias da comunidade. Contudo, já foi marcada por tragédias, como, por exemplo, o caso de Ágatha Félix, de 8 anos, que assassinaram enquanto voltava para casa com a mãe, Vanessa Sales Félix. A menina estava dentro de uma kombi quando a atingiram nas costas com um tiro de fuzil, que partiu da arma de um policial militar da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Fazendinha.
“Já é uma área que houve situações desse tipo. Se dentro da pandemia já está nessa situação, quando passar como as autoridades vão pensar quanto a segurança da região?”, questiona um outro morador.