“Favela é potencia!” Ainda que expressão seja uma imensa verdade, é necessário reconhecer que estes espaços carecem de instituições de ensino superior público. Moradores do Complexo do Alemão, Conjunto de Favelas da Maré, Vidigal ou Rocinha ou quaisquer outras comunidades ainda precisam se deslocar até áreas determinadas da cidade para ter aula no ensino superior. A Universidade Federal do Rio de Janeiro, por exemplo, tem campi na Ilha do Governador e na Urca, na zona sul da cidade. Mas com debates promovidos pela Secretaria da Ciência e da Cidade do Rio de Janeiro, essa realidade pode mudar futuramente.
Na manhã da última quarta-feira (28), deputados, diretores de instituições de ensino superior e lideranças comunitárias se reuniram no auditório da IFRJ Maracanã para levantar o debate sobre a expansão do ensino superior público para áreas de comunidade. Elika Takimoto, deputada estadual do Rio de Janeiro, presidiu a mesa e o debate. Estavam presentes à mesa de debate o reitor do IFRJ, Rafael Almada, que detalhou a expansão da instituição. “Expansão vai além de colocar prédio no meio de uma localidade. Expansão manter as vagas às pessoas, dando oportunidades a elas se profissionalizarem e levarem isso para suas casas”, discursou.
Alan Brum, um dos principais articuladores sociais do Complexo do Alemão e cientista social da memória do CPX, com uma cópia do Plano de Ação Popular do CPX em mãos, Alan falou sobre a necessidade de jovens das comunidades terem dificuldades de acessar o ensino público superior. “Muitas das vezes, esses jovens ingressam no ensino superior particular porque é mais perto, desconhecendo a instituição pública. Isso é por causa de distancia.”
O debate também relevou outras regiões da cidade do Rio de Janeiro, como Cidade de Deus e Realengo, áreas que também atravessam essa mesma situação. A segurança também é um tema permanente e que anda junto com a questão da educação. A deputada Elika Takimoto falou sobre o assunto durante uma fala. “A questão de segurança no Rio de Janeiro é um ponto extremamente delicado e infelizmente a gente não consegue falar de educação sem tocar na segurança. Mas o que eu quero é trabalhar e vou batalhar para garantir que a segurança não seja uma barreira no nosso projeto.