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Após dez anos, caso de mototaxista morto no Complexo do Alemão vai a júri popular

Caio Moraes da Silva foi morto em 2014, com um tiro nas costas disparado por um PM. Julgamento será retomado em junho
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

No dia 27 de maio de 2014, o Complexo do Alemão perdeu um personagem de futuro promissor. Caio Moraes da Silva, de apenas 20 anos, foi tragicamente interrompido em sua jornada de vida enquanto exercia sua profissão de mototaxista. Morador do Loteamento Nova Brasília, do Complexo do Alemão (Zona Norte do Rio de Janeiro), Caio era um jovem vibrante e sonhador, conhecido por seu sorriso contagiante e a vontade incessante de proporcionar um futuro melhor para sua família e seu filho pequeno.

Naquela tarde, enquanto levava um passageiro para a região da Grota, Caio foi atingido por um tiro nas costas, disparado por um policial militar de uma das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). O incidente ocorreu durante um protesto contra uma prisão, que havia mobilizado diversos moradores e mototaxistas do Complexo do Alemão. A manifestação, inicialmente pacífica, se tornou palco de uma tragédia que até hoje ecoa nas vielas do complexo.

Na época, a assessoria das UPPs declarou que, por volta das 18h, um grupo de manifestantes bloqueou a Avenida Itararé e seguiu para a Avenida Central, onde confrontos e disparos ocorreram. Em meio ao caos, a vida de Caio foi ceifada, gerando uma onda de indignação e luto entre os moradores que o conheciam como um jovem cheio de vida e esperança.

Agora, quase dez anos após sua morte, o caso de Caio retorna aos tribunais. No próximo dia 4 de junho, será realizada uma sessão do julgamento que poderá responsabilizar o policial militar envolvido na morte do mototaxista. O caso foi a júri popular.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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