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Animais abandonados na favela tentam sobreviver a maldade humana

É crime maltratar animais domésticos, silvestres, nativos ou exóticos e o abandono também é considerado um ato criminoso
Não compre, adote de forma responsável - Foto: Selma Souza/Voz das Comunidades
Não compre, adote de forma responsável - Foto: Selma Souza/Voz das Comunidades

Já parou para contar quantos animais abandonados você encontra andando pela favela? Ou já se perguntou como eles foram parar ali? No sol ou na chuva, sem proteção alguma e na maioria das vezes revirando lixo para buscar o que comer, pets em situação de rua buscam formas de sobreviver em meio a maldade humana. 

Há quem prefira ignorar e normalizar, por outro lado, têm pessoas que buscam formas de mudar esse cenário e proporcionar melhores condições de vida aos animais. Um exemplo é Naty Silva, de 34 anos, moradora do Morro do Adeus, no Complexo do Alemão, que se considera amante dos animais. Ela resgatou cães e gatos da própria comunidade e afirma que ensina seus filhos a cuidar e respeitar os bichos. 

Amante dos animais, Naty Silva ensina seus filhos a respeitar e cuidar dos bichos – Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades

“Onde eu moro eu vejo muitos animais abandonados e eles vão dando filhotes. Acho que as pessoas deviam ter consciência que animal não é um brinquedo. Pega filhote bonitinho e quando cresce joga na rua. Não é assim. É igual filho, pegou tem que cuidar até o fim da vida”, diz Naty.

“Mãe” de seis cachorros, um coelho e um porquinho-da-índia, Carla Martins, de 50 anos, salvou esses animais das ruas. A moradora do Loteamento lamenta pela quantidade de animais abandonados no CPX que sofrem maus tratos. 

“Isso deixa uma tristeza muito grande porque os bichos vieram para dar amor pra gente. Está sendo injusto ver o que está acontecendo com os animais na rua. A gente tenta ajudar e fazer algo, mas sozinho não tem como. Minha casa não tem muito espaço, mas se eu pudesse iria pegar todos que eu visse”, afirma Carla.

Carla Martins confessa que se tivesse mais espaço em casa, adotaria outros animais de rua – Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades

A Secretaria de Proteção e Defesa dos Animais (SMPDA) tem um programa de colônias de animais comunitários e as pessoas podem se cadastrar como cuidadores desses pets que vivem nas comunidades. A iniciativa oferece castração e atendimento clínico gratuito. As datas das inscrições são anunciadas nas redes sociais: @smpdarj.

ABANDONO DE ANIMAIS É CRIME 

No Brasil, é crime maltratar animais domésticos, silvestres, nativos ou exóticos. O abandono também é considerado um ato criminoso, assim como machucar, envenenar, manter em locais insalubres, não abrigar, negar assistência veterinária, não dar água e comida, entre outros. É possível denunciar de forma sigilosa através do telefone 1746.

De acordo com a Sociedade União Protetora dos Animais (Suipa), o índice de abandono bate recordes nesta época do ano e muitos bichos são deixados na porta da sede em Benfica, na zona norte do Rio. A associação sem fins lucrativos conta com ajuda de associados para se manter e promove campanhas de adoção responsável. 

Protetores de animais defendem a adoção e a não compra de pets, já que há milhares precisando de uma família. Além de irem contra a comercialização de bichos, que se sustentam da exploração de cruzamentos e tratam essas vidas como mercadorias. 

CURIOSIDADE

A Holanda é o único país no mundo sem cães abandonados nas ruas. Todos têm um lar. Isso é resultado de um trabalho que começou há mais de 100 anos pelo governo holandês, que uniu forças com instituições de proteção e implementou um conjunto de políticas com leis e fiscalizações rígidas.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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